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Minas Gerais : Suspeita de morte de criança por febre maculosa é investigada

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Suspeita de morte de criança por febre maculosa é investigada

Quatro notificações por suspeita de febre maculosa foram feitas este ano 2012 em Juiz de Fora. Um dos casos investigados é de um menino de 2 anos, que morreu na última quinta-feira [30/agosto/2012], sendo enterrado ontem [31/agosto/2012]. A criança era moradora de Benfica, na Zona Norte, onde o caso provocou comoção.

Ela chegou a ficar internada por 8 dias no Hospital Albert Sabin, mas não resistiu. Ainda ontem [31/agosto/2012], no final da tarde, deu entrada no Sabin outro menino de 5 anos, da Barreira do Triunfo, com sintomas da doença. Com este caso, pode subir para 5 o número de notificações da moléstia no município. A suspeita de ocorrência da doença deixou a região em alerta.

Diante da gravidade da situação, a Secretaria de Saúde de Juiz de Fora anunciou que uma equipe do órgão será deslocada para a área hoje [01/setembro/2012], a fim de que seja feita uma inspeção. O órgão também informou que vai intensificar as ações preventivas naquela região. De 2006 até agora, 6 juiz-foranos faleceram em decorrência de complicações da doença transmitida pelo "carrapato-estrela" Amblyomma cajennense-, encontrado principalmente em animais de grande porte, como cavalos e capivaras.

No caso da criança de 2 anos, ela faleceu às 19h35 desta quinta-feira [30/agosto/2012], no Sabin, onde havia dado entrada com febre alta no dia 23 de agosto [2012]. Um dia após ser internada, a criança precisou ser encaminhada à UTI já em estado grave. Por causa da suspeita da febre maculosa, a unidade requisitou o exame na última segunda-feira [27/agosto/2012]. Entre as causas da morte contidas no atestado de óbito estão arritmia pulmonar [errado].

Possivelmente arritmia cardíaca - na doença, miocardite pode ocorrer - e/ou hemorragia ou edema pulmonar - ambas complicações também freqüentes na febre maculosa -  e choque séptico.

A técnica do Laboratório de Febre Maculosa da Fundação Ezequiel Dias (Funed), Ana Iris de Lima Duré, confirmou à Tribuna que a amostra de sangue do menino morto esta semana está sendo analisada na instituição, em Belo Horizonte. Ela disse ainda que, na próxima segunda-feira [03/setembro/2012], espera receber outras 3 amostras da cidade para serem examinadas. "Já recebemos a primeira amostra do sangue da criança, mas, até o momento, não há confirmação laboratorial em relação à suspeita de febre maculosa. O diagnóstico é feito por imunoflorescência, mas a recomendação do Ministério da Saúde é que o resultado dessa patologia só seja confirmado com a análise de uma segunda amostra.

O diagnóstico laboratorial só é possível após o sétimo dia do aparecimento dos sintomas" [em termos. O diagnóstico sorológico, pela IFI, idealmente deve ser feito em amostras pareadas, colhidas com intervalo de 14 dias. Entretanto, o diagnóstico pode ser realizado mesmo nas fases iniciais da doença, através do isolamento de riquétsias em cultura de células, PCR e, quando óbito, imunohistoquímica -] , explicou Ana Iris.

De acordo com a técnica, o combate [tratamento e medidas iniciais de controle -] à doença não depende do resultado positivo. "O tratamento precoce é essencial para evitar formas mais graves. Sempre que houver suspeita, deve ser adotado o uso de antibióticos próprios para o caso", informa, já que o processo de confirmação gira em torno de 15 dias. A febre maculosa tem cura desde que o tratamento com antibióticos seja introduzido nos primeiros dias de sintomas. O atraso no diagnóstico e, consequentemente, no início do tratamento, pode provocar complicações graves, como o comprometimento do sistema nervoso central, dos rins e pulmões, das lesões vasculares, levando a óbito.

Mesmo sem confirmação oficial de óbitos por causa da febre maculosa em Juiz de Fora, moradores de Benfica e bairros adjacentes temem a existência de outros casos. "Lá tem muita capivara, boi e cavalo
solto em pastos, na beira do Rio Paraibuna e andando nas ruas", diz o comerciante A.B., 30. Em Benfica, os moradores alertam para a quantidade de carroças que circulam pelo perímetro urbano, o que aumentaria o risco de transmissão do carrapato causador da doença.

Outra moradora da Rua Diogo Álvares, A.L.B., 28, está preocupada com a situação, já que um conhecido apresentou quadro de febre, há cerca de 30 dias, vindo a falecer. O aposentado S.D., 69, que também reside na mesma via, estava internado na Santa Casa com suspeita da doença. "Quase morri. Fui pescar em Chiador, e, logo depois, comecei a passar mal. Procurei a Policlínica de Benfica, e o médico que me atendeu me transferiu para a Santa Casa. Ele disse que seria por causa dessa febre."

Preocupados, moradores do Bairro Araújo pediram ajuda ao vereador W.C., que esteve na área, na tarde de ontem [31/agosto/2012]. "São ocorrências muito graves. Por isso, há necessidade de imediata intervenção do Poder Público, principalmente porque estamos num período de seca, o qual favorece a proliferação do carrapato. É preciso, ainda, controlar a população de capivaras nas margens do Rio Paraibuna."

Ontem a Secretaria de Saúde afirmou que o Demlurb foi acionado para recolher os cavalos que pastam às margens do rio. Mesmo com a proximidade de animais nas margens do Paraibuna, havia pescadores na altura da Avenida Juscelino Kubitschek, apesar do risco.


Comunicado e editado com comentários em vermelho  por: ProMED-PORT referente a notícia original de :http://www.tribunademinas.com.br/cidade/suspeita-de-morte-de-crianca-por-febre-maculosa-e-investigada-1.1149415

A notícia agrega muito sobre a doença:
- a sua gravidade;
- a ocorrência de casos agrupados, surtos;
- o pânico na população e a pressão sobre o poder público;
- a questão dos hospedeiros vertebrados (cavalos e capivaras) do
vetor em espaços urbanos e as dificuldades enfrentadas para manejo;
- a exposição a áreas próximas a bacias hidrográficas (para
atividades como pesca) com fator de risco para adquirir a febre
maculosa;
- a dificuldade de algumas localidades para confirmação laboratorial
precoce;
- a importância da suspeição e tratamento específico oportunos;

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