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O procedimento correto quando encontramos um macaco morto - Epizootia - Febre Amarela - Maceió/AL



O que deveria ser feito em Maceió capital do estado de  Alagoas ,a época que foi encontrado um sagui morto  em janeiro deste ano ( 2017 ) na mata do Tabuleiro dos Martins ,próximo ao IBAMA.


As orientações são preconizadas no Manual de Vigilância de Epizootias em primatas não humanos  do  Ministério da Saúde do Brasil, e devem ser adotadas em todo território nacional



A adoção das medidas de controle não deve esperar os resultados dos exames laboratoriais do material colhido na área de epizootia, embora estes sejam imprescindíveis para a confirmação de casos e para nortear o encerramento das investigações ( Manual de vigilância de epizootias em primatas não humanos da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), do  Ministério da Saúde)


Manual de vigilância de epizootias em primatas não-humanos - Ministério da Saúde




Considerando a aproximação do período sazonal da doença no verão entre 2016 e 2017 e a reemergência do vírus na região extra-amazônica a partir de 2014, todas as unidades federadas devem ampliar a vigilância por meio da notificação de todo evento suspeito (Casos humanos e epizootias de PNH) em até 24 horas, acompanhada da investigação oportuna (em até 48 horas); visando a detecção precoce e a resposta coordenada dos serviços de saúde publica. ( Ministério da Saúde do Brasil )

  • Caso a população encontre macacos mortos ou doentes, deve informar o mais rapidamente ao serviço de saúde do município ou do estado onde vive ou pelo número de telefone 136.



Manual de vigilância de epizootias em primatas não humanos 


Ações de controle




As regras do SUS determinam que o nível municipal é responsável pela adoção das medidas de prevenção e controle. Entretanto, em situações de maior gravidade a participação dos níveis estadual e federal faz-se necessária, haja vista que a febre amarela é uma doença de potencial explosivo e notificação internacional. Ressalte-se que as ações de controle da febre amarela devem iniciar-se no momento da identificação de um caso suspeito e que a identificação de uma epizootia e/ou o isolamento de vírus da febre amarela em mosquitos são eventos com impacto epidemiológico similar ao da detecção de um caso humano. Assim sendo, a adoção das medidas de controle não deve esperar os resultados dos exames laboratoriais do material colhido na área de epizootia, embora estes sejam imprescindíveis para a confirmação de casos e para nortear o encerramento das investigações

Nas situações acima ressaltadas as medidas de controle são idênticas, quais sejam: 

• notificar imediatamente os níveis hierárquicos; 
• implementar, nos serviços de saúde da região, a vigilância da síndrome febril ictérica e/ou hemorrágica aguda, visando aumentar a sensibilidade do sistema de vigilância epidemiológica da febre amarela; 
• iniciar a busca ativa de casos humanos suspeitos de febre amarela nas áreas adjacentes à epizootia, em residências e serviços de saúde;
 • realizar vacinação seletiva de bloqueio da população residente nas áreas adjacentes à epizootia, em todos os indivíduos sem confirmação de vacinação prévia; 
• expandir a área de pesquisa entomológica e de epizootia, para mapeamento da área de risco;

 • implementar ações de educação em saúde mediante técnicas pedagógicas disponíveis e meios de comunicação em massa, alertando a população para o risco da ocorrência de febre amarela e a importância da vacinação de adultos e crianças. Na oportunidade, devem ser implementadas estratégias especiais para conscientizar os indivíduos que se deslocam para áreas de risco quanto à importância da imunização prévia (10 dias antes do deslocamento




 Vigilância de Epizootias



Em 1963, Alexander D. Langmuir elaborou o primeiro conceito de vigilância: “Consiste na coleta, análise e interpretação continuada e sistemática de dados de saúde essenciais para o planejamento, implementação e avaliação de práticas de saúde pública, integrada à disseminação desta informação àqueles que necessitam conhecê-la, em tempo adequado”. No Brasil, segundo a Lei no 8.080/90: “Vigilância epidemiológica é o conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças e agravos”. A vigilância de epizootias é um dos componentes da vigilância epidemiológica da febre amarela, juntamente com a vigilância entomológica e de casos humanos. A vigilância entomológica é um instrumento baseado nos conhecimentos biológicos e ecológicos das espécies de insetos, visando proporcionar os indicadores a serem utilizados na estratégia e implementação de investigações, bem como nas medidas de controle vetorial. Por tratar-se de doença de notificação compulsória internacional, qualquer evento que sinalize a circulação do vírus da febre amarela em determinada área deve ser bem como notificado aos níveis hierárquicos do Sistema Único de Saúde (SUS). 



 Objetivos Geral 

• Prevenir a ocorrência de casos de febre amarela humana.

Específicos 

 •  Reduzir a ocorrência de casos de febre amarela silvestre; 
•  Identificar precocemente a circulação do vírus da febre amarela em seu ciclo epizoótico (transmissão entre primatas não-humanos). 


 Definição de caso 

a) Caso suspeito

• Primata não-humano de qualquer espécie, encontrado morto (incluindo ossadas) ou doente, em qualquer local do território nacional. 


Considera-se primata não-humano doente o animal que apresenta comportamento anormal, ou seja, movimenta-se lentamente, não demonstra instinto de fuga ou está segregado do grupo – nesse caso, variando do afastamento, quando fica à margem dos demais, até o isolamento total, sendo encontrado sozinho. Nestas circunstâncias pode permanecer grande parte do tempo no solo, sendo comum a busca pela proximidade do ser humano. Tem perda de apetite – o que provoca redução de seu peso (tornando-o magro) –, desnutrição e desidratação. Tais condições minoram a sua imunidade e ele normalmente adquire infecções secundárias, podendo manifestar lesões cutâneas, secreção nasal e/ou ocular e diarréia, dentre outros sintomas. O Anexo 1, além da febre amarela, relaciona uma série de outras zoonoses de interesse que podem ser investigadas em primatas não-humanos.

b) Caso confirmado

 • Caso suspeito com resultado laboratorial específico positivo para febre amarela; 
• Caso suspeito no qual não foi possível realizar a colheita de amostra, encontrado em local onde há isolamento do vírus da febre amarela em vetores, ou caso humano confirmado.


 Tipo de vigilância 
A vigilância deverá ser passiva. Assim, a notificação deve ocorrer a partir da observação de um macaco morto e/ou doente. O foco da vigilância será a ocorrência de febre amarela e a população-alvo, a de primatas não-humanos de vida livre e aqueles mantidos em cativeiro em residências ou instituições como parques e zoológicos. 

A área sob vigilância compreenderá todo o território nacional, inclusive a área indene, considerando-se que nela há presença dos vetores silvestres e urbanos, baixa homogeneidade de cobertura vacinal e falta de informação por parte da população e dos profissionais de saúde, o que pode incorrer no reconhecimento tardio de casos de febre amarela com potencial de disseminação epidêmica.


 Notificação 

Qualquer pessoa deve informar à secretaria de saúde mais próxima, o mais brevemente possível, a ocorrência de morte ou presença de primatas não-humanos doentes. A partir desse comunicado, a rede de saúde deve realizar as ações decorrentes pela via mais rápida, de acordo com o fluxograma estabelecido para o Sistema de Vigilância de Epizootias, constante no Anexo 2. Ressalte-se que a ficha de informação de epizootias (Anexo 3) deve ser adequadamente preenchida e caso a suspeita se evidencie deflagra-se a investigação entomológica e da epizootia, sendo recomendadas as pertinentes medidas de controle na área. 


 Investigação da epizootia

A investigação epidemiológica é uma atividade essencial para identificar o mais precocemente possível a circulação da virose na população símia e de vetores silvestres. Esta investigação será desenvolvida por duas atividades complementares, quais sejam, a investigação em macacos e a investigação entomológica. 



Os profissionais participantes das investigações devem, imprescindivelmente, estar vacinados – no mínimo 10 dias antes – contra a febre amarela. É também recomendável que estejam imunizados contra a hepatite B e tétano, bem como concluído, 14 dias antes, o esquema profilático pré-exposição contra a raiva (com recomendação de avaliação sorológica anual).



 Roteiro da investigação e coleta de dados 

A presença de macacos mortos e/ou doentes é indicativo de que o vírus da febre amarela pode estar presente no local onde foram encontrados. Por este motivo, a comprovação do evento sentinela pode auxiliar sobremaneira a delimitação das áreas de transmissão da doença. Deve-se ressaltar que qualquer ação pertinente a primatas não-humanos, tais como sua captura ou recolhimento de fragmentos de vísceras e sangue, deve ser realizado por equipes especificamente treinadas. 
Macaco - animal sentinela


 Investigação em primatas não-humanos


Quando do encontro de macacos debilitados, moribundos ou mortos, proceder da seguinte maneira: 

• Captura de primatas não-humanos  e colheita de material biológico

Todos os procedimentos que envolvam primatas não-humanos requerem a utilização de equipamentos de proteção individual (EPI), atenção às normas de biossegurança (Anexo 4), autorização do órgão competente (Ibama, conforme Portaria no 332, de 13.3.90), equipamentos adequados e acompanhamento de médico veterinário. Orientações: 


• A captura de animais doentes e que estejam no solo pode ser realizada mediante a utilização de puçá e luvas de couro. No tocante a animais sadios ou doentes que estejam em extratos arbóreos mais altos, deve-se utilizar armadilhas ou armas de imobilização a distância (zarabatana, pistola ou rifle) com dardos anestésicos;

 • Todos os procedimentos em animais vivos devem obrigatoriamente ser realizados com a utilização de anestésicos (contenção química), de acordo com os protocolos específicos para primatas não-humanos;

 • Em animais vivos, com peso até 3 kg, colher de 2 a 6 ml de sangue; acima de 3 kg, de 6 a 10 ml de sangue. A colheita deve ser realizada diretamente da veia femoral ou braquial, usando seringa e agulha compatível com o porte do animal e calibre dos vasos. Faz-se necessária uma boa assepsia no local da colheita, bem como aguardar a completa hemostasia antes de libertar o animal; 

• Em animais encontrados mortos, sem decomposição, colher, se possível, de 6 a 10 ml de sangue direto do coração ou veia, usando seringa e agulha compatível com o porte do animal e calibre dos vasos; • Após a colheita, colocar 0,5 a 1 ml de sangue total em um tubo de vidro ou plástico, preferencialmente do tipo criogênico, registrando-se em seu rótulo, com fita crepe ou esparadrapo, todas as informações necessárias, tais como local de captura, espécie ou nome comum do animal, sexo, tipo de material (ex.: sangue) e data da coleta. A seguir, deve-se congelar a amostra o mais rapidamente possível, mantendo-a a -70oC. Por medida de segurança,este procedimento deve ser realizado em duplicata: uma amostra fica armazenada no nível central, como reserva técnica, e a outra deve ser enviada para análise; 


O Manual completo é disponibilizado no link : Manual de vigilância de epizootias em primatas não humanos



Veja a nota da SESAU: 


ATUALIZAÇÃO em 31 de março de 2017


Alguns artigos médicos sobre Epizootia e Febre Amarela

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