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Superbactéria resistente a antibióticos ameaça pacientes do Hospital Geral de Alagoas (HGE)

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 Medidas de Precaução de contato :Foto http://www.saude.rs.gov.br

Conforme informações colhidas pelo blog ,o Hospital Geral do Estado de Alagoas (HGE),vem há mais de dois meses "enfrentando" uma situação grave devido a presença de uma bactéria de nome acinetobacter baumanni. A bactéria foi isolada em três pacientes que se encontram em estado crítico na UTI da referida unidade de saúde. 

Um determinado hospital da cidade de Maceió  resolveu interditar a sua UTI para desinfecção ,em função da contaminação por essa superbactéria proveniente do HGE.

O grande problema que os profissionais enfrentam,é devido a falta de estrutura do HGE de Alagoas. Como será visto no decorrer da postagem, os cuidados necessários incluem além do isolamento  a utilização de um único estetoscópio para cada paciente, esfigmomanômetro(Aparelho de pressão), roupas descartáveis etc.

Em contato com um profissional da UTI do HGE, pude escutar a revolta do mesmo por não existir as condições de segurança da saúde no trabalho que o caso requer: "Houve até a proposta de se levar para casa a  roupa utilizada  para  lavar,ou seja, ajudar a disseminar a bactéria ",disse o profissional da saúde !



ACINETOBACTER BAUMANNII :  A SUPERBACTÉRIA

Acinetobacter é um gênero de bactéria Gram-negativa que pertence ao filo Proteobacteria. Não-móveis, as espécies de Acinetobacter são oxidase-negativas, e se apresentam em pares (Acinetobacter Molecular Biology | Book)

Acinetobacter baumannii é a espécie mais comum do gênero  isolado de amostras clínicas e de ambiente hospitalar.

No passado foi considerado de baixa virulência mas, agora, é reconhecido como um importante patógeno hospitalar, mais freqüentemente afetando pacientes criticamente doentes em unidades de tratamento intensivo (UTIs).
A. baumannii é capaz de sobreviver por longos períodos em superfícies secas e esta habilidade para tolerar dissecação, bem como desenvolver resistência a múltiplas drogas, pode contribuir para sua persistência no cenário hospitalar.

A. baumannii é uma bactéria que parece ter uma propensão para desenvolvimento de resistência antimicrobiana extremamente rápida. Práticas em UTIs contribuem para o desenvolvimento da resistência da A. baumannii porque o uso de antimicrobianos por paciente e por área de superfície são significantemente mais altas nesta parte do hospital.(Fonte :Perfil de Resistência de Acinetobacter baumannii a Antimicrobianos nas Unidades de Terapia Intensiva e Semi-Intensiva do Hospital Geral de Fortaleza)

PRECAUÇÕES DE CONTATO

As medidas de bloqueio epidemiológico recomendadas são as precauções de contato, com a utilização de barreiras físicas (luvas e aventais) entre o material infectante e o profissional de saúde.

• Usar luvas para contato com material infectante (sangue/secreções e líquidos corporais) e qualquer superfície ao redor do paciente (leito e grades, mesa de cabeceira, etc). Ao retirá-las, lavar as mãos;


• Usar avental único, individual e de manga longa, para prestar cuidados ao paciente quando tocá-lo ou ao encostar-se em qualquer superfície. Descartá-lo antes de deixar o quarto; usar também avental no paciente para o transporte do mesmo pelo hospital, ao encaminhá-lo para exames ou procedimentos;

• Usar barreiras apropriadas para contenção de drenagens (por exemplo, curativo fechado);

• Itens como estetoscópios e esfigmomanômetros devem ser de uso exclusivo do paciente ou sofrer desinfecção prévia com álcool 70% antes de serem utilizados em outro paciente;

• Manusear a roupa de cama e do paciente de maneira a evitar disseminação de microrganismos para outros pacientes/profissionais ou superfícies do ambiente. Portanto não devem ser sacudidas, depositadas sobre superfícies de equipamentos ou materiais, contato com paredes e pisos. Devem ser acondicionadas em hamper, respeitando o limite do volume do saco coletor (não exceder 80% do volume para permitir fechar o saco). Acondicionar em saco plástico sempre que houver presença de sangue, secreções e excreções (sujidade pesada);

• Notificar a área que recebe o paciente para a instituição das medidas preventivas;

• Após o retorno do paciente ao quarto, realizar desinfecção imediata da cadeira ou maca utilizada no transporte.

ALOCAÇÃO DE PACIENTES COLONIZADOS / INFECTADOS 



Tanto pacientes colonizados ou infectados com Acinetobacter sp resistente a carbapenêmicos devem preferencialmente ser colocados em isolamento (quarto individual 18 com banheiro), na premissa de haver maior adesão na Precaução de Contato durante a assistência aos pacientes. Na indisponibilidade de quartos individuais, pode-se agrupar no mesmo quarto / enfermaria com banheiro pacientes portadores do microrganismo em questão (coorte de pacientes). Na impossibilidade de destinar um banheiro exclusivo a estes pacientes, as eliminações deverão ser realizadas exclusivamente em comadre e papagaio, sendo estes de uso exclusivo deste paciente.


DURAÇÃO DAS MEDIDAS 


O fato do Acinetobacter sp ser um germe resistente e um colonizante da pele, os estudos têm demonstrado que esta colonização pode permanecer por muitos meses mesmo após o tratamento da infecção. Culturas de materiais clínicos e swabs de pele podem aparecer como negativos após o tratamento, porém os pacientes com severas doenças de base, com dispositivos invasivos e em uso de antimicrobianos dificilmente se descolonizam mantendo-se portadores assintomáticos em risco de desenvolver nova infecção pelo mesmo germe e de transmitir para outros indivíduos. Assim, as medidas de bloqueio devem permanecer durante toda a internação hospitalar. Em caso de reinternação em período superior a 6 a 12 meses, e o paciente permanecendo sem fatores de risco para colonização e sem internação em instituição de saúde, pode-se realizar culturas de vigilância para verificar status de colonizado. Se negativo, considerar paciente descolonizado e suspender as medidas. 
Fonte:(Manual  Controle Infecção Acinetobacter http://www.saude.rs.gov.br)


No Brasil Em 2007 e 2008 houve um surto da bactéria em diversos hospitais de Porto Alegre. A bactéria provocou em 2008 a interdição da UTI de trauma do Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre. Do mesmo modo, o Hospital Homero de Miranda Gomes (Hospital Regional)em São José na Grande Florianópolis teve sua UTI interditada durante quase um mês em 2009 pelo mesmo motivo.


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