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"Conselho de Medicina entende que a temperatura ambiente em níveis elevados nas áreas internas hospitalares é um fator que põe em risco a vida e a saúde dos pacientes e dos profissionais que aí atuam, comprometendo sobremaneira a segurança e a eficácia do atendimento prestado, cabendo exclusivamente aos diretores do HGE e aos gestores da SESAU a responsabilização por complicações clínicas ou óbitos decorrentes dessa situação inaceitável."
Na tarde do dia 27/12, terça-feira, o CREMAL esteve no Hospital Geral do Estado Prof. Osvaldo Brandão Vilela – HGE, para fiscalização de urgência, decorrente de denúncias de médicos plantonistas que comunicaram a impossibilidade de continuidade do atendimento médico, devido ao grande aumento da temperatura nos ambientes do hospital, decorrente de quebra do sistema de refrigeração desde o último sábado 24. Na ocasião, o presidente do CREMAL, Dr. Fernando Pedrosa, ouviu dos médicos plantonistas da área vermelha do HGE os relatos de como a alta temperatura, nas áreas internas do hospital, sobretudo no centro cirúrgico, levaram aos pacientes internos a apresentarem complicações de seus quadros clínicos, bem como também a muitos funcionários (médicos, auxiliares e enfermeiros) a passarem mal durante os atos cirúrgicos, devido ao grande calor ambiente, impossibilitando a continuidade dos procedimentos cirúrgicos e comprometendo a segurança do atendimento médico e do resguardo à vida dos pacientes lá atendidos.
Os médicos plantonistas oficiaram à direção médica do HGE a solicitação de providências urgentes, sob risco de haver paralisação das atividades do centro cirúrgico, pela falta de condições mínimas de atuação. Na ocasião, o CREMAL foi informado que a gestão do HGE procurou transferir aqueles pacientes clinicamente estáveis para a Unidade de Emergência do Agreste, em Arapiraca, mas estavam ocorrendo contratempos na liberação de unidades do SAMU para realizar esses transportes e que, até o horário da fiscalização do CREMAL, ainda não havia ocorrido nenhuma transferência de pacientes.
Ao procurar a administração do hospital, o CREMAL foi informado, pelo funcionário do setor de engenharia e manutenção, sobre a atual situação do maquinário de refrigeração. Foi-nos explicitado que o HGE possui duas máquinas centrais de condicionadores de ar à base de água refrigerada, do tipo Chiller, as quais deveriam funcionar em regime de revezamento ou de redundância. Cada unidade possui 04 compressores e cada máquina, isoladamente, foi projetada para atender a 100% da demanda de refrigeração do HGE. A primeira máquina Chiller está desativada, devido ao sucateamento, mas já possui processo de conserto e reparação aguardando conclusão de trâmites burocráticos na Secretaria de Estado da Saúde-SESAU, o que tem previsão de ocorrer nos próximos 120 dias. A outra máquina refrigeradora Chiller sofreu a quebra de dois compressores e, com isso, passou a funcionar na potência de 50% de sua capacidade total, mesmo assim conseguia manter a temperatura ambiental em um nível minimamente satisfatório, o que veio a ser agravado na última semana, com a quebra dos outros dois compressores, durante um pulso elétrico anormal na rede elétrica dedicada da Eletrobrás-AL. Tal incidente danificou não só os dois compressores remanescentes, como também a rede elétrica da central de refrigeração. Segundo o funcionário do setor de engenharia e manutenção, somente no dia 27/12 é que houve a conclusão dos reparos em três compressores e também da rede elétrica da segunda máquina de refrigeração Chiller, fazendo com que o sistema de condicionamento de ar voltasse a funcionar com três compressores.
Durante a vista do CREMAL ao HGE, houve a ativação do sistema central de refrigeração e, conforme inspeção local, os Conselheiros verificaram ter havido uma diminuição aceitável da temperatura ambiental no centro cirúrgico e nas áreas de atendimento emergenciais do HGE, o que foi confirmado pelos médicos e pelos profissionais de saúde que lá estavam, com isso, garantindo as condições de temperaturas ambientais mínimas para prover a manutenção dos serviços médicos naqueles locais.
O CREMAL pretende comunicar tal situação ao Ministério Público, bem como instar a SESAU para que adote as providências necessárias para o completo conserto da máquina refrigeradora atualmente em uso no HGE, como também no rápido reparo e conserto da segunda máquina refrigeradora, para que haja um efetivo sistema de suporte nas ocasiões de falha de funcionamento da máquina em uso, como também para a implementação de um terceiro sistema de suporte, no caso de falha dos dois primeiros, sugerindo a instalação de condicionadores de ar portáteis e “splits” (estes nas áreas permissíveis), pois o Conselho de Medicina entende que a temperatura ambiente em níveis elevados nas áreas internas hospitalares é um fator que põe em risco a vida e a saúde dos pacientes e dos profissionais que aí atuam, comprometendo sobremaneira a segurança e a eficácia do atendimento prestado, cabendo exclusivamente aos diretores do HGE e aos gestores da SESAU a responsabilização por complicações clínicas ou óbitos decorrentes dessa situação inaceitável
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