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NÚMERO SIGNIFICATIVO DE ÓBITOS POR INFLUENZA A ( H1N1 ) NO ESTADO DE SÃO PAULO



Até o dia 5 de junho, em todo o Estado de São Paulo foram registrados 168 mortes pela doença, sendo 48 (30,8%) casos na capital. Neste mesmo período foram confirmados 4.157 casos de SRAG, sendo 778 para influenza A H1N1, totalizando 359 deles, ou 46,1%, na capital. Dentre todas as mortes, 106 (68%) apresentavam pelo menos uma comorbidade (ou seja, o paciente tinha algum tipo de doença que tornava seu quadro mais grave).

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo repassou mais três milhões de doses do antiviral oseltamivir (popularmente conhecido como Tamiflu®) para os municípios paulistas. A distribuição do medicamento ocorre em versões adulta e infantil e acontece nesta semana.

O abastecimento do medicamento é destinado aos pacientes com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e poderá ser prescrito pelo médico responsável pelo atendimento nas unidades de saúde de cada município. Cerca de 5 milhões de doses já foram entregues ao Estado neste semestre, sendo que 1,2 milhão foram para o município de São Paulo.

A Divisão de Doenças Respiratórias recomenda à população que procure o serviço de saúde mais próximo sempre que a síndrome viral caracterizar-se por um quadro de febre, tosse, dor de garganta e pelo menos um dos seguintes sintomas: dores nas articulações, dores musculares ou dor de cabeça.

A medicação do paciente com o oseltamivir deve ser feita em até 48 horas após o surgimento dos sintomas. A droga diminui a carga viral no paciente e a duração dos sintomas, melhorando o prognóstico da doença, o que impacta diretamente na diminuição no número de casos de óbitos, principalmente, em pacientes portadores de comorbidades (doenças crônicas como diabetes e hipertensão).

Na capital, as farmácias da Rede Dose Certa também dispõem do medicamento. Os farmacêuticos da Rede receberam uma capacitação do Centro de Vigilância Epidomológica (CVE), unidade da Secretaria de Estado da Saúde, para atender os pacientes que procurarem o tratamento sob prescrição médica.
Prevenção

Com as quedas na temperatura registradas tradicionalmente nos meses de junho, julho e agosto, e a consequente aglomeração de pessoas dentro de espaços fechados, o contágio dos vírus tendem a se propagar mais rapidamente.

Entre as recomendações, estão: lavar a mão várias vezes ao dia, cobrir a boca com um lenço ou a mão quando for tossir, buscar sempre ambientes arejados, evitar ir trabalhar quando estiver com sintomas da gripe para não transmitir a doença, e procurar orientação médica imediatamente. Boa alimentação e hidratação diária também são indispensáveis. É importante que o paciente procure orientação médica na unidade de saúde mais próxima de sua casa.

Com base no protocolo de tratamento de influenza, a Secretaria orienta que os profissionais de saúde tomem os seguintes cuidados:

• Em caso compatível com a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) é recomendado iniciar o tratamento com o fosfato de oseltamivir após a suspeita clínica, independente da coleta de material para exame laboratorial e da situação vacinal. O antiviral apresenta benefícios mesmo se iniciado após 48 horas do início dos sintomas.

• Em caso de Síndrome Gripal com condições e fatores de risco para complicações, está indicado o uso de fosfato de oseltamivir de forma empírica, independente da situação vacinal. O antiviral apresenta benefícios mesmo se iniciado após 48 horas do início dos sintomas.

• Em caso de Síndrome Gripal sem condições e fatores de risco para complicações, a prescrição do fosfato de oseltamivir poderá ocorrer, excepcionalmente, de acordo com o julgamento clínico, se o tratamento puder ser iniciado nas primeiras 48 horas do inicio dos sintomas da doença. UOL


COMENTÁRIO PROMED-PORT

A explicação mais simplista poderia incluir: menor adesão da população às medidas de precaução, levando a maior número de infectados; menor atenção dos profissionais de saúde na identificação de pacientes passíveis de tratamento com antiviral, levando ao tratamento tardio ou ausente; uma deficiência na identificação de pacientes com sinais de gravidade e/ou piora na qualidade de assistência prestada aos paciente críticos. Possível, sim. Provável, talvez.

Entretanto, não considerar a possibilidade de uma cepa mais virulenta e/ou resistente ao oseltamivir não pode(m), a princípio, ser(em) descartada(s). Pelo contrário: deveriam ser fortemente consideradas como possível explicação para uma temporada que se iniciou mais precocemente; o acometimento, novamente, de uma proporção significativa de indivíduos mais jovens e/ou sem comorbidades, alguns vacinados e sob tratamento. Mais do que nunca o incremento das ações de vigilância epidemiológica, incluindo fatores preditivos de óbito, e do monitoramento (e análise genética de fatores de virulência e marcadores de resistência) das cepas circulantes se faz mandatória.

Disponibilizar o medicamento, é fundamental, não suficiente. Saber suas indicações e fazê-lo com propriedade, é imprescindível. Capacitar profissionais da saúde, é imperativo. Ampliar a indicação do uso do antiviral para todos, uma possibilidade a ser seriamente considerada.

Vamos acompanhando.


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