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CONSEG volta a atacar legistas

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Um mistério envolve as seguidas investidas do presidente do Conselho Estadual de Segurança, juiz Maurício Brêda, contra a classe médica. Desde que os médicos legistas e os médicos militares viraram alvos do juiz, o Conseg edita e aprova a cada reunião semanal alguma resolução que agride esses profissionais. O que não se sabe é o motivo de o juiz ter tanta raiva de médicos, a ponto de perseguir tanto e tão abertamente a categoria.

Na resolução da reunião mais recente, o juiz “orienta” a direção do IML a exigir que os legistas efetivos cumpram a carga horária de 20 horas semanais. A medida, ao contrário do que possa imaginar o juiz, pode ser ótima para a categoria, que passará a trabalhar muito menos do que trabalha hoje. Para isso, basta que eles (os legistas) deixem de levar trabalho para casa.

Afinal, qual é a rotina de um médico legista no IML de Maceió? O legista trabalha em regime de plantão de 12 horas. Cumpriria as oito horas restantes fazendo laudos no próprio IML, caso o iml tivesse uma sala de laudos. Mas o IML não tem. Então, o legista leva trabalho para casa e termina trabalhando bem mais que as oito horas restantes e, evidentemente, ultrapassando a carga horária de 20 horas semanais.

Por que o Sinmed acha que o presidente do Conseg persegue esses médicos? Simplesmente, porque o juiz não consegue enxergar que os médicos legistas estão sobrecarregados e trabalham sem condições adequadas para o exercício da especialidade e, ao invés de usar a força do Conseg para pressionar o governo a conserta essa situação, ele se volta contra os médicos e ainda joga a população contra a categoria.

Vamos aos fatos: o IML de Maceió tem hoje apenas sete médicos legistas, quando precisaria de 35. O IML de Maceió não tem aparelho de Raio-X. O IML de Maceió não tem laboratório. O IML de Maceió não faz exame toxicológico. O IML de Maceió não tem sala de laudos. O local destinado à câmara frigorífica do IML serve como depósito de corpos em decomposição. O IML de Maceió Não tem segurança. 

Pergunta: em algum momento o Conseg cobrou do governo a realização de concurso público para suprir à carência de legistas no IML? Não! Quando o Conseg exigiu do governo que aparelhasse o IML para que os médicos pudessem atender melhor às demandas da população? Nunca! Alguma vez o Conseg determinou ao governo que colocasse segurança no IML para preservar a integridade física de quem trabalha lá? Não. Nunca. 

O Conseg poderia usar sua força para pressionar o governo a realizar concurso público para médicos e estruturar adequadamente o IML. Mas o presidente do colegiado tentou forçar médicos militares a viraram legistas, contrariando leis federais e até a Constituição. Afirma que os médicos alagoanos não querem trabalhar, são preguiçosos.

Só para fazer um comparativo: no vizinho Estado de Pernambuco, o IML da capital trabalha com 10 (dez) médicos legistas por dia. No IML de Maceió, é um médico por dia. A média de laudos produzidos por um médico legista em Pernambuco é de 40 laudos/ano. No IML de Maceió, até a semana passada, cada um dos sete médicos legistas já tinha produzido em torno de 150 laudos. Será que eles aceitam cumprir integralmente às 20 horas no IML (12 de exames e 8 fazendo os laudos) e não levar mais trabalho para casa? 

Fonte:SINMED-AL

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