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Cubana desmascara acordo Brasil-Cuba

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O caso da médica cubana Ramona Matos Rodríguez, que foi trazida ao País pelo Mais Médicos, ainda vai dar muito o que falar. Ao desertar do programa e pedir refúgio ao Brasil, ela contou que resolveu deixar o programa por ter sido enganada pelo governo cubano. Ao assinar o contrato com a Sociedade Mercantil Cubana Comercializadora de Serviços Médicos Cubanos, que mediou a contratação dos médicos cubanos enviados ao Brasil, ela foi informada que receberia um salário equivalente a mil dólares, sendo que 600 dólares seriam depositados numa conta para ela em Cuba e os 400 dólares restantes ela receberia aqui.

“Não disseram que o Brasil estaria pagando R$ 10 mil reais pelo serviço dos médicos estrangeiros. Eu até achei o salário bom, mas não sabia que o custo de vida aqui no Brasil seria tão alto”, disse. O relato da médica desmente a informação do governo brasileiro de que a vinda dos cubanos teria sido intermediada pela Organização Panamericana de Saúde (Opas). Na época foi divulgado que o Brasil pagou, antecipadamente, um semestre de salários dos médicos cubanos no Brasil, totalizando R$ 510 milhões, com uma comissão de R$ 24,5 milhões à Opas pela intermediação dos contratos.

Ramona Rodríguez fugiu de Pacajá (PA) no dia 31 de janeiro com a ajuda de uma amiga. Foi direto para Belém e de lá viajou para Brasília com o objetivo de pedir asilo político na embaixada dos Estados Unidos. Ela espera conseguir um visto norte-americano a através da ONG Solidariedade Sem Fronteiras, que apoia profissionais de saúde cubanos enviados em missões para países estrangeiros, mas que não pretendem voltar para a ilha de Fidel Castro. Informada de que teria que esperar três meses até ter uma resposta, abrigou-se na liderança do partido Democratas, na Câmara dos Deputados, e pediu refúgio ao governo brasileiro.

Em Brasília, o procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT) Sebastião Vieira Caixeta, responsável pelo inquérito que investiga o programa Mais Médicos no país, apoiou Ramona e manifestou ser possível abrir uma ação coletiva para garantir os direitos de todos os médicos cubanos. Caixeta tem uma reunião marcada com Ramona e o deputado federal Ronaldo Caiado (DEM-GO) na semana que vem para pegar mais detalhes sobre o caso. Além do problema salarial, a médica deve relatar as condições de trabalho em Pacajá. Segundo a cubana, faltavam medicamentos e médicos, e a infraestrutura era precária, precisando de muitas melhorias.

As entidades médicas brasileiras acompanham o caso com atenção. A médica, que afirma clinicar há 27 anos, disse que se conseguir ficar no Brasil fará o Revalida para trabalhar legalmente, com seu diploma reconhecido. Por enquanto, como forma de apoio, a Associação Médica Brasileira (AMB) prometeu contratá-la como funcionária do setor administrativo. Ela espera uma resposta do Comitê Nacional para Refugiados (Conare) para saber se poderá ficar no Brasil.

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