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Copa do Mundo pode trazer o Ebola?

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Sem vacina e nem cura conhecidas. O surto da febre ebola que atinge a Guiné já tem 157 casos confirmados e 101 mortes registradas em todo o país. A propagação, porém, não se limita à Guiné. Vários casos suspeitos já foram assinalados na Libéria e em Serra Leoa.

Países africanos, como Guiné e Libéria, sofrem com suspeitas de surto do vírus ebola. Foto ilustrativa: Reprodução

Apesar da distância, a propagação do vírus em outros países da África alimenta a preocupação de que uma das doenças infecciosas mais letais do mundo possa também chegar ao Brasil. O alerta está relacionado ao fato de que nos próximos meses turistas de diversas partes do globo chegarão ao país para acompanharem os jogos da Copa do Mundo de 2014, o que aumenta as chances de importação da doença.

Segundo a professora do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, Marise Fonseca, os principais sintomas da enfermidade são inespecíficos, como febre, diarreia e dores no corpo. “A principal característica da doença são as manifestações hemorrágicas em alta gravidade”, explica.

O ebola é transmitido por contato direto com o sangue ou fluidos e tecidos corporais das pessoas ou animais infectados. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o vírus está entre os mais contagiosos e mortais entre os humanos, pois não há tratamentos específicos para combatê-lo.

Marise esclarece que, para a recuperação do paciente, o tratamento é focado somente nos sintomas. “São medidas como a reidratação, uso de analgésicos e antivômitos. Não existem vacinas capazes de prevenir a contaminação”, afirma. A única forma de prevenção é o isolamento dos doentes e a utilização de trajes específicos para aqueles com risco de contaminação.

De acordo com o infectologista Argus Leão Araújo, coordenador do Centro de Atenção à Saúde do Viajante da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, nos surtos anteriores da doença, em países da África, foi comum a transmissão aos profissionais de saúde. As contaminações ocorreram por acidentes com agulhas contaminadas, pelo contato com sangue, urina e fezes dos pacientes.

De fora

Para o infectologista, é possível que a doença chegue ao Brasil, embora nunca se tenha registrado casos de pessoas infectadas no país. Por isso, o estado e o município planejam ações para a abordagem sindrômica dos viajantes, isto é, por sintomas clínicos, para identificar possíveis casos. “Pegamos alguns sintomas que são comuns às várias doenças e fazemos uma pesquisa direcionada. Se vier alguém de países como Guiné e Libéria com febre, manchas no corpo e sangramento, mesmo que os sintomas possam ser de outras doenças como malária e dengue, somos obrigados a pensar no ebola”, conta.

Entretanto, o longo período de incubação da doença, que pode chegar a três semanas, dificulta a realização do diagnóstico. “Se uma pessoa que foi infectada há uma semana e vem para o Brasil, terá mais duas semanas para começar a manifestar os sintomas”, diz o infectologista.

As atenções devem, portanto, ser voltadas aos estrangeiros. Caso os sintomas se manifestem ainda no Brasil, é preciso orientá-los a buscar ajuda e procurar assistência médica o mais rápido possível. “E, através da vigilância epidemiológica, fazemos uma busca pelos contatos que o viajante teve aqui no Brasil, até mesmo no período assintomático. Com isso, podemos fazer uma vigilância para ver se esses contatos vão ter algum sintoma ou sinais da doença”, afirma Argus Leão. De acordo com ele, o objetivo é abordar precocemente os casos suspeitos para evitar a mortalidade, que pode chegar a 90%.

Fonte:UFMG
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