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Depois da dengue e da chikungunya, agora é a malária que assusta os goianos

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Sinais e Sintomas Malária


Nos três primeiros casos, os infectados moram na região próxima ao Parque Flamboyant, e a quarta pessoa infectada é frequentadora assídua do parque

Depois da dengue e da chikungunya, agora é a malária que assusta os goianos. Cinco casos de infecção foram identificados recentemente em Goiás, causando um alerta geral na população. Nos três primeiros casos, os infectados moram na região próxima ao Parque Flamboyant, e a quarta pessoa infectada é frequentadora assídua do parque.

Com o foco da doença possivelmente no local, uma força tarefa foi criada pela A Secretaria Estadual de Saúde e a Secretaria Municipal de Goiânia para combater o agente transmissor, o mosquito Anopheles, sendo que uma delas é a pulverização no Parque Flamboyant. Esta ação conjunta visa verificar outros possíveis focos do mosquito, ou outras pessoas que apresentem sintomas da doença, a fim de encerrar a cadeia de transmissão.

O infectologista Boaventura Braz, que atua no Hospital de Doenças Tropicais (HDT), explicou rapidamente ao Jornal Opção Online alguns questões referente à doença. O médico frisou que a população deve permanecer calma, e não tomar medidas que possam prejudicar a saúde, como tomar medicamentos preventivos. “Pessoas que viajam para áreas de riscos devem se cuidar assim, mas quem mora aqui não deve ficar utilizando remédio permanentemente”, disse.

De acordo com ele, não é possível saber exatamente como a malária chegou a Goiânia, já que a maior parte dos casos ocorre no Amazonas. “Provavelmente algum transportador da doença veio para cá. Como o Anopheles já tá aqui o ciclo se fechou rapidamente”, explicou.

No Brasil, como informou o infectologista, temos dois tipos de protozoários: Plasmodium falciparum e Plasmodium vivax. Na África, onde ocorre 80% dos casos da malária segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o protozoário é o Plasmodium ovale. “Não é pior que os que temos aqui. Na verdade, o pior é o vivax”, disse Boaventura. Segundo a OMS, nos últimos 12 anos o número de mortes por malária caiu 45% e a de incidência da doença diminuiu 29%. Na África, a redução foi de 49% de morte e 31% da doença.

O vírus, transmitido pelo mosquito-prego (nome popular do Anopheles) tem o hábito de sair no final da tarde ou ao anoitecer para obter sangue: e é esse o momento que o mosquito infectado passa a doença para outras pessoas. “O Anopheles fica em águas paradas e rios mansos, com correnteza leve, e uma pessoa infectada pode ficar com o vírus incubado por duas semanas até 60 dias”, explica Boaventura. Depois da infecção, o quadro clínico é variável, mas geralmente inclui calafrios, febre alta, sudorese abundante, cansaço, dor de cabeça e no corpo.

O médico relata que o monitoramento do foco do inseto deve ocorrer para o controle da doença. “Deveriam fazer a densidade do número de mosquito que pode estar infectado”, garantiu.

Neste ano, o Estado registrou 39 casos da doença, sendo que oito aconteceram com pessoas que haviam viajado para Guiana Francesa, África do Sul, Guiné Bissau ou Somália, e outras 10 pessoas foram infectadas em outros Estados. Os números da doença neste ano são menores se comparados aos de 2013, que teve 89 casos notificados. Não foi registrado nenhum óbito em 2014, em 2012 foi confirmado um óbito e outro em 2013 respectivamente em Goiânia.
Tratamento

Boaventura explicou que o tratamento é utilizado conforme o tipo de protozoário com que a pessoa se infectou. “De uma forma geral, usa-se cloroquina e primaquina quando é o [protozoário] vivax. No caso de falciparum, medicações habituais são quinino e artemísia”, disse. De acordo com o infectologista, normalmente o paciente tem que ficar internado no caso de falciparum, porque é potencialmente mais grave. “Mas no geral, o acompanhamento é ambulatorial. Não há necessidade de internação quando feito o diagnóstico precoce”, explicou. Caso a pessoa já tenha tido malária, ela ganha uma certa resistência, segundo Boaventura. “Não se torna imune, mas tem uma resistência parcial”, afirmou.
Quadro clínico avançado

Caso não haja o tratamento apropriado, a malária pode evoluir para quadros clínicos sérios, como o cerebral. Neste estágio evolutivo da doença, causada principalmente pelo falciparum, a pessoa entra em coma e tem que ir para UTI quando o quadro clinico é grave. “Raramente a gente vai ver quadro de malária cerebral causado pelo vivax”, explicou. Boaventura ainda frisou que isso nada tem a ver com um estágio da doença. “Ela pode evoluir para isso. Às vezes a pessoa vai morrer sem ter malária cerebral”, afirmou.

http://www.jornalopcao.com.br/ultimas-noticias/com-cinco-infeccoes-registradas-neste-mes-malaria-volta-se-tornar-motivo-de-preocupacao-em-goiania-18699/

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