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DESASTRE NA SANTA MÔNICA NÃO SURPREENDEU SINMED

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DESASTRE NA SANTA MÔNICA   NÃO SURPREENDEU SINMED

DESASTRE NA SANTA MÔNICA 

NÃO SURPREENDEU SINMED



Na Coluna do SINMED do último dia 8, a nota “Santa Mônica reabre e mergulha no caos” criticava a reabertura precoce da maternidade e questionava se todo o dinheiro gasto com tantas reformas ao longo das duas últimas décadas não teria sido suficiente para construir uma ou mais maternidades novas, modernas e sem tanto potencial para problemas, quanto uma estrutura cheia de remendos e gambiarras. A nota também fazia referência ao fato de o Conselho Estadual de Saúde e o Conselho Regional de Medicina terem se posicionado contrários à reabertura da Santa Mônica, que não estaria em condições de funcionamento.

No domingo seguinte, 15/02, a Coluna publicou uma nota lacônica, baseada em esclarecimento da Sesau e Uncisal, dando conta de que a maternidade operava com capacidade mínima e que somente retomaria 100% das atividades em março, quando a reforma estaria concluída. Na última quarta-feira, em meio ao noticiário sobre a tempestade que atingiu a região metropolitana de Maceió, a imprensa destacou o caos na Santa Mônica. “Salas foram alagadas pela água jorrava do teto”, conforme o site Gazetaweb.com. O Bom Dia Brasil, da Rede Globo, chamou a reportagem sobre as chuvas fortes na capital e mais 11 cidades alagoanas anunciando: “Temporal alaga maternidade recém-inaugurada em Maceió”.

Depois dos alagamentos, as condições de funcionamento da maternidade ficaram ainda mais precárias e perigosas. Até as paredes davam choque, evidenciando os problemas elétricos. Médicos e servidores de apoio ficaram assustados e preocupados. Mesmo assim, o remanejamento de pacientes foi feito dentro da própria maternidade. Na manhã de quinta-feira, o presidente do Cremal, Fernando Pedrosa, disse em entrevista à imprensa que a maternidade deveria ser interditada imediatamente, antes que algo mais grave acontecesse. À tarde, a falta de energia instalou de vez o caos na Santa Mônica. O gerador não funcionava. Todos os equipamentos pararam colocando em risco a vida dos 17 bebês que estavam na UTI. Enquanto a direção buscava vagas para a transferência, médicos e enfermeiros ficaram fazendo ventilação manual nos bebês que precisavam de aparelhos para respirar. O procedimento é cansativo para o profissional e arriscado para o bebê.

A confusão entrou pela noite. A secretária de Saúde, Rosangela Wyszomirska, e o reitor da Uncisal, Paulo Medeiros, acompanharam de perto os esforços dos abnegados médicos, enfermeiros e servidores de apoio, que lutavam para manter vivos e em segurança os recém-nascidos e suas mães. Somente na manhã de sexta-feira, foi oficialmente anunciada pelo reitor a interdição, por tempo indeterminado, da Maternidade Escola Santa Mônica, “a pedido do governador Renan Filho”. (Só por que o governador pediu?). Também foram anunciadas medidas. Pela Sesau/Uncisal: cobrar da empresa responsável pela reforma explicações para o que aconteceu, além da correção dos “erros”. Pelo Cremal: Processo ético para todos os envolvidos na reabertura da MESM antes da conclusão da reforma, por terem colocado em risco mães, bebês e profissionais que atuam no local. (Isso vai dar em alguma coisa?).

SOBRECARGA NO HU – Na tarde de sexta-feira, o HU – que socorre a Santa Mônica durante as reformas e desastres como o de quinta-feira – estava um caos. O hospital não tem médicos pediatras para fazer frente a todos os procedimentos. Além disso, precisa fazer a manutenção da central de gases, para evitar uma tragédia, mas a demanda não permite paralisar a central nem mesmo por um turno. Naquela tarde, um único pediatra se dividia entre UTI e sala de parto. Na UTI, que tem 10 vagas, estavam internados 17 recém-nascidos. Na UCI, 20 bebês ocupavam os 19 leitos existentes.



“CONTRIBUIÇÃO” DA PREFEITURA – A gestão plena da saúde municipalizada não funciona em Maceió. A Prefeitura não tem competência para administrar o setor, haja vista a decisão de entregar a uma Organização Social (dessas que cometem ilegalidades trabalhistas e desviam dinheiro público) a gestão das unidades que integram a rede municipal de saúde – a começar pelas UPAs que desde a posse do atual prefeito, em janeiro de 2013, estão para ser “inauguradas em breve”. Por conta dessa incompetência assumida, o prefeito Rui Palmeira deu à assistência materno-infantil da Capital a única “contribuição” que estava ao seu alcance: o fechamento da Maternidade Denilma Bulhões.

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