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Campinas entrou na rota da febre amarela, diz infectologista Rogério de Jesus

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A confirmação de que três macacos bugios, encontrados mortos no distrito de Sousas, estavam contaminados com febre amarela mostra que a doença “chegou forte” à área rural de Campinas, disse o médico infectologista, pesquisador e professor aposentado da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) Unicamp Rogério de Jesus Pedro. “Não há razão para pânico, mas há toda razão para cuidados de saúde pública”, acrescentou. “Campinas está agora inserida no ciclo zoótico da doença”. O Brasil, aponta ele, conta com toda a tecnologia necessária para evitar que ao doença salte para o meio urbano.

Macaco no distrito de Joaquim Egídio, na zona rural de Campinas: para especialista, animal “é um sentinela, um sinal de alerta”


“A febre amarela é uma doença fatal: 40% das pessoas que a contraem, morrem. No início do século passado, ela dizimou populações no Rio de Janeiro, São Paulo, Campinas. Não há tratamento. Mas há uma profilaxia extremamente eficaz: a vacina”, disse.



Pedro explica que a doença segue, por enquanto, restrita a seu ciclo silvestre, em que transita entre macacos, transmitida pelo mosquito Haemagogus. O ciclo urbano – quando a doença se transmite entre seres humanos, transportada pelo mosquito Aedes aegypti – não é registrado no Brasil desde a década de 40.

“A forma silvestre da doença sempre existiu, e é impossível de se erradicar”, disse o especialista, ressaltando que é inútil matar macacos ou queimar matas. “O macaco que aparece morto por causa da doença é um sentinela, um sinal de alerta”, descreveu.


O mosquito Haemagogus vive nas copas das árvores em meio à mata, e transmite o vírus ao picar macacos doentes e, depois, animais saudáveis. “A forma silvestre é uma enzootia, isto é, o mesmo que uma endemia, só que entre animais. O que acontece é que o mosquito vem se deslocando para áreas cada vez mais próximas da habitação humana”, movimento que o especialista atribui a desequilíbrios ecológicos.


“O nosso temor, e é um temor de arrepiar os cabelos, é que o ciclo zoótico se urbanize: uma pessoa não vacinada que entre na área zoótica, seja picada pelo Haemagogus contaminado, contraia a doença e depois seja picada pelo Aedes”, descreve Pedro. A vacina é importante, enfatiza ele, tanto para proteger o indivíduo quanto para criar uma barreira que impede que o vírus chegue a seu vetor urbano, o Aedes, mosquito que, lembra ele, transmite ainda outras doenças, como dengue, chikungunya e zika: “O combate ao vetor silvestre é impossível, mas ao vetor urbano é obrigatório”.
O médico infectologista Rogério de Jesus Pedro: “O nosso temor, e é um temor de arrepiar os cabelos, é que o ciclo zoótico se urbanize”

Por meio de nota divulgada na última sexta-feira, a Prefeitura de Campinas informou que os moradores da zona rural de Sousas seriam vacinados ao longo do fim de semana. A Secretaria de saúde do município pediu ainda que as pessoas que pretendem visitar a área rural de Sousas e de Joaquim Egídio vão vacinadas contra a febre amarela, ou utilizem repelentes contra os mosquitos. Atualmente, a vacinação contra a febre amarela na cidade é feita por agendamento, nos telefones 160 e 156, de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h.


Editado pelo Blog Alagoas real
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Fonte:
http://www.unicamp.br/unicamp/ju/noticias/2017/03/27/campinas-entrou-na-rota-da-febre-amarela-diz-infectologista

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