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Ceticismo em Machado de Assis - Por Leon Oliveira Martins.

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Ceticismo em Machado de Assis.

Por Leon Oliveira Martins.

  • Dom Casmurro é uma obra sobre como a vida transformou um homem bom, (Bentinho, "o abençoado") em um homem amargo (Casmurro, "o que não mostra alegria"). A Capitu foi vetor dessa transformação.Ela traiu!




Capitu Maria Capitolina Santiago é uma personagem do livro Dom Casmurro de Machado de Assis, publicado em 1899. Capitu é a personagem mais discutida, a mais famosa de Machado. O escritor deixa o leitor numa eterna dúvida sobre o adultério da esposa de Bentinho. O romance abre um leque com opções a favor ou contra o fato. A personagem de Capitu deu origem a diversos estudos psicológicos e literários.
Capitu


A pergunta sobre a emergência do ceticismo na obra machadiana deve ser respondida do ponto de vista da evolução dos seus escritos. O que se entende aqui é que o ceticismo (conjugado à narrativa em primeira pessoa como forma de sua melhor exposição) deve ser abordado como o resultado de um percurso filosófico e literário que se inicia nos primeiros textos de Machado de Assis. Como ponto de partida para essa compreensão, identifica-se a tradução de um texto francês feita por Machado de Assis; Queda que as mulheres têm pelos tolos (1964) marcou profundamente a obra do autor por expor temáticas que lhe seriam caras até o fim da sua produção literária. Nesse texto é questionado preferência que as mulheres teriam por homens superficiais, galanteadores, incapazes de amá-las de fato; e isso em detrimento do homem de espírito, verdadeiro, e que por elas nutrem sentimentos sinceros. A incapacidade do homem de espírito de lançar mão de armas próprias da vida pública (coisas que fazem os galanteadores, no caso) determina sensivelmente o fato dele ser preterido. No fim das contas, tem-se que as mulheres preferem os tolos pela capacidade que eles têm em lidar com o ambiente social, capacidade de se afirmarem nele; que os afasta da interiorização das afeições externas que determina o homem de espírito. — Esse tema é reproduzido em vários textos da juventude de Machado de Assis. Ele se desenvolve de forma a contrapor duas esferas de realização do homem, uma pública, a outra, privada. A esfera pública seria a própria do tolo. Ela é caracterizada como o ambiente do parecer, das aparências, no qual não há lugar para o ser sincero do indivíduo; é o lugar das opiniões, do falso ser. Em contraposição a isso está a esfera privada, o lugar da realização do homem de espírito. É o lugar do ser de fato, no qual as relações de aparência da esfera pública (do mundo exterior) são deixadas de lado em benefício do ser de fato, da vida sincera, da “paz doméstica”. A relação entre essas duas esferas é construída, inicialmente, de forma que a esfera pública é o que é percebido como ameaça para a realização da vida na esfera privada. É a chamada a se realizar na vida social que ameaça a construção de uma paz doméstica pelo homem de espírito. Em um primeiro momento, o que permite ao homem de espírito construir essa par doméstica é a descoberta da mulher de espírito; avessa, como ele, à primazia da realização pública do indivíduo — essa conclusão muda consideravelmente ao longo da obra machadiana.


Contos desse período de juventude de Machado de Assis trazem essa discussão de forma exemplar. Felicidade pelo casamento e Fernando e Fernanda (ambos de 1866), mostram a possibilidade do encontro de uma mulher e um homem de espírito e a construção da paz doméstica a partir da união dos dois. O que está em questão nesses dois contos é o repúdio, por parte dos indivíduos de espírito, da possibilidade de ter uma contraparte tola, e o encontro de uma contraparte também de espírito que possibilita — a ambos — a sua realização na esfera privada. No primeiro dos contos, o narrador, um homem de espírito, se vê envolvido em um triângulo amoroso com as personagens Ângela e Azevedinho, um homem tolo. A revelação final de Ângela como mulher de espírito, e com conseqüente preferência pelo narrador em detrimento de Azevedinho, permite o casamento e a construção da paz doméstica pelos dois1. No segundo, a personagem Fernando, que amava Fernanda, é por ela rejeitado no processo que a torna uma mulher tola. Mesmo já casada com um homem tolo, ela oferece uma relação extraconjugal a Fernando. Ele, homem de espírito, nega a ela tal relação; ele encontra Tereza, mulher de espírito, desenganada por um amor. A união dos dois é que permite a construção da paz doméstica. — Nesse conto é colocada de forma clara a crítica à vida



Que caiba um citação representativa desta resolução, ela está na conclusão do texto:

  • “Há cinco anos que tenho a felicidade de possuir Ângela por mulher; a cada dia descubro-lhe mais suas qualidades. [...] Procurei por tanto tempo a felicidade na solidão; é errado; achei-a no casamento, no ajuntamento moral de duas vontades, dois pensamentos e dois corações.” (MACHADO DE ASSIS, 1966a).



pública: exposta a ela, Fernanda passa a valorizar o que é próprio da aparência; é capaz de viver uma vida imoral, mas não uma vida que a diminua socialmente. Esse tema parece ser abordado também no conto O anjo Rafael (1869). A mulher de espírito, desta vez, é Celestina; que pôde se tornar uma mulher de espírito por ter sido preservada, pelo pai, dos males da vida pública — foi mantida a vida toda longe da cidade, longe das tentações da vida social, e, na sua ingenuidade, pôde manter-se verdadeira. O homem de espírito neste caso, Dr. Antero, é salvo do suicídio — que foi motivado pelo seu desacerto com a vida pública — pela descoberta de Celestina. A mensagem final do conto asserta sobre a necessidade de se desconsiderar as opiniões que partem da esfera pública — elas podem ameaçar a construção da paz doméstica — e traz, na imagem do homem que renasce (uma vez que todos pensavam que Dr. Antero havia se matado de fato), o homem de espírito que encontra a sua contraparte.



É inegável que há, neste ponto de vista machadiano, uma proposta de uma moral. É a moral do homem do espírito que encontra a mulher de espírito. Ele a prefere, e constrói a paz doméstica com ela. Esta é uma proposta de moral cristã, de uma moral que se efetiva no espaço do ser de fato da esfera privada (em oposição àquele da esfera pública, que é o do parecer). A moral cristã demanda a veracidade do que se vive, e isso não pode ser atingido no ambiente de falsas aparências. — A efetivação dessa moral é problematizada mais tarde na obra machadiana. O que se encontra nos primeiros romances do autor é a identificação da impossibilidade de se construir uma união do casal de espírito por ocasião da interferência da esfera pública. São os limites colocados pela opinião pública e pelo que é socialmente aceito que não permitem que o homem e a mulher de espírito se unam. Em Helena (1876), Estácio, a personagem que representa o homem de espírito, tem a sua possível união com Helena, a mulher de espírito, impedida pelo receio da desonra pública da família. No meio da trama, é colocado a personagem Dr. Camargo, que representa o homem tolo no qual os impedimentos da esfera pública ao casal do espírito se personificam. É ele que usa de todas as artimanhas para casar Estácio com sua filha e para fazer com que Estácio seguisse a carreira política (coisa a qual, como homem de espírito, ele era avesso)2. — A morte de Helena indica claramente o pessimismo que é colocado sobre a possibilidade do homem de espírito encontrar seu lugar do mundo na paz doméstica. E não é só pessimismo: a paz doméstica é impossível, a vida pública, mundana e tola não a permite.


Esse tema parece ser reproduzido de forma distinta em Iaiá Garcia (1878). Na obra, Estela, um protótipo da mulher de espírito — embora diferente das mulheres das outras obras por possuir um tipo de disciplina estóica que a faz sobremaneira abnegadora —, foge de corresponder ao amor de Jorge por querer evitar uma série de efeitos que tomariam lugar no meio social caso a união dos dois acontecesse — que teriam lugar, inter alia, pelas relações de Estela com a mãe Jorge e pela fortuna da família dele. O texto segue para mostrar como a paz doméstica construída entre Luiz Garcia, homem de espírito, e Estela é perturbada quando a filha dele descobre o amor não correspondido, e dissimulado, entre a madrasta e Jorge. Os efeitos da esfera pública ecoam na casa de Luiz Garcia, e sua filha deixa a inocência remanescente da infância para se tornar nada diferente de uma mulher tola.

Contudo, essa percepção da relação da esfera pública com a esfera privada ainda sofre novas mudanças na obra de Machado de Assis. E neste momento, cabe uma observação. A identificação da evolução do tratamento de tal tema na obra machadiana tem antes propósitos didáticos do que propriamente o objetivo de corresponder a qualquer linearidade no seu pensamento. A compreensão da relação das duas esferas sofre idas e vindas em suas obra.

É importante notar também que, pelo paralelismo entre as relações homem tolo/homem de espírito, paz doméstica/espaço público e moral cristã/imoralidade, a caracterização de Camargo como homem tolo também passa pelo fato dele ser não-cristão de fato. Sobre ele, o romance traz: “[q]uanto aos sentimentos religiosos, a aferi-los pelas ações, ninguém os possuía mais puros. Era pontual no cumprimento dos deveres de bom católico. Mas só pontual; interiormente, era incrédulo.” (MACHADO DE ASSIS, 1876).


Antes do pensamento ser linear, ele emerge de uma miríade de compreensões mais confusas que são deixadas de lado e resgatadas mais tarde em seus escritos. Como exemplo de uma compreensão que sofre posterior resgate em sua obra, está a ridicularização dessa concepção inicial do homem de espírito em uma obra que é anterior a Helena. Em A mão e a luva (1874), o homem de espírito Estêvão é colocado como um romântico ingênuo; que, apesar de amar Guiomar sinceramente, é desprezado por ela3. Nesta obra, ela, a personagem feminina central, uma mulher tola, encontra a sua contraparte em Luiz Alves, um homem tolo com expectativas de ascensão social — e é essa ascensão que determina a decisão final dela de tê-lo como marido.



Uma seguinte mudança que sofre a relação da esfera privada com a esfera publica é o desaparecimento da mulher de espírito. Se em um primeiro momento o fato do homem de espírito encontrar a mulher de espírito é o que os possibilita construir a paz doméstica, e se em um segundo momento a construção dessa paz é vista como inevitavelmente frustrada pelos efeitos da esfera pública, neste terceiro momento a mulher de espírito foge do horizonte do homem de espírito. De forma prática, ela deixa de existir, e fica aberto um vácuo para a realização do homem de espírito na vida: a paz doméstica não existe nem mesmo como thelos orientador da sua ação. — É na obra Memórias Póstumas de Brás Cubas (1880) que essa mudança é expressa. O homem de espírito, Brás Cubas, é preterido por Virgília em benefício de Lobo Neves, o homem tolo, que galgou sobrepujar as expectativas de ascensão social do rival. Embora, mais tarde, Brás Cubas e Virgília desenvolvam uma relação extra-conjugal, não é a paz doméstica que está em questão. Além de perder a mão de Virgília, Brás Cubas é


O fim que leva a personagem é representativo da estima com que o homem de espírito é tomado nesta obra. Ela conta que Estêvão: “Esteve ali, pois, até o fim; e em vez de mergulhar na água e no nada, como delineara, regressou tristemente para casa, trôpego como um ébrio, deixando ali a sua mocidade toda, porque a que levava era uma coisa descolorida e seca, estéril e morta. Os anos passaram depois, e à medida que vinham, ia-se Estêvão afundando no mar vasto e escuro da multidão anônima. O nome, que não passara da lembrança dos amigos, aí mesmo morreu, quando a fortuna o distanciou deles. Se ele ainda vegeta em algum recanto da capital, ou se acabou em alguma vila do interior, ignora-se.” (MACHADO DE ASSIS, 1874).


Descrito como sujeito incapaz de interagir propriamente com a esfera pública — a única que lhe restou. As desventuras de Brás Cubas terminam com sua morte. E é por meio dessa que a solução para o vazio colocado pela inexistência da mulher de espírito é encontrada. É do pós- vida que Brás Cubas escreve as suas memórias, é de lá que ele vira o contador da própria vida. Narrar a própria vida depois de experienciá-la, a reflexão e final desencantamento com ela, parece ser a única solução que é encontrada para o homem de espírito.


Brás Cubas marca também o desaparecimento da perspectiva da moral Cristã da obra machadiana. A ligação intrínseca entre a moral Cristã e a possibilidade de construção da paz doméstica parece determinar que a inexistência de uma implica o descaso com a outra. Mas não é só isso, Brás Cubas traz uma série de considerações e argumentos anti-cristãos que adicionam a essa lógica. Somados, dão o núcleo do ceticismo machadiano: a esfera pública é a totalidade da vida, não há religiosidade de fato, não há ser de fato, o que há são jogos de aparências. Os indivíduos estão presos a essa lógica que conforma as esferas da vida.


Em obra posterior, os temas de Brás Cubas são retomados. Em Quicas Borba (1886), obra que pode ser tomada como contígua à anterior, Machado de Assis narra o fim da vida de Quincas Borba — personagem introduzido em Brás Cubas como artifício para uma crítica ao Positivismo, que aparece na figura de sua filosofia, o Humanitismo — para a apresentação de Rubião, personagem central da trama. É ele que, do interior do país, herdando a fortuna de Quincas Borba, muda-se para o Rio de Janeiro. Mesmo não correspondendo totalmente à figura do homem de espírito das outras tramas machadianas, ele é construído como sujeito despreparado para lidar com a vida pública e possuidor de um amor verdadeiro por Sofia, personagem de cujo marido Rubião é amigo e, posteriormente, sócio. A declaração de amor que faz a Sofia não é correspondida, e, além disso, é confidenciada por ela a seu marido. Em favor da vida publica do casal (que dependia financeiramente de Rubião), o episódio é mantido em segredo e relevado pelos dois. A declaração de Rubião é rivalizada por uma posterior, de Carlos Maria, homem tolo, que, se não é totalmente correspondida, gera em Sofia, por conta de galanteios e mentiras, uma reação totalmente diferente daquela que gerou a de Rubião. — Rubião acaba enlouquecendo, e é abandonado por Sofia e seu marido — uma vez que suas realizações sociais não estavam mais atreladas à riqueza dele — e pelos amigos que se agregavam em volta dele por conta da sua prodigação. Acaba morrendo pobre em sua cidade natal.


A perspectiva do homem de espírito que conta a sua história é retomada em Dom Casmurro (1899). Nesta obra, Bentinho olha, da sua velhice, de volta para o passado para descrever seu envolvimento de infância com Capitu. Ela é a que, desde jovem, possui a capacidade para dissimular e ocultar o relacionamento dos dois e para manipular as pessoas da família de Bentinho de modo que ele não fosse enviado para o seminário (seguindo um voto religioso da mãe). O trama toma um tom crítico em relação à vivencia da religiosidade por meio da exposição da relação que ela toma com o espaço público — ela pode ser tanto afetada por ele, como no caso da religiosidade da mãe de Bentinho, quanto determinada por ele, como no caso da personagem José Dias. A história continua para desenhar o envolvimento amoroso de Capitu, casada com Bentinho, com Escobar, amigo do marido. Neste triangulo aparece mais uma vez a relação do homem de espírito com o homem tolo: Bentinho, homem de espírito, é preterido. Essa relação gera o filho que é repudiado por Bentinho e acaba com suas expectativas em relação à paz doméstica com Capitu. Da crise gerada por esse desapontamento emerge Bentinho cético, que é o narrador da história.


Na obra seguinte, Esaú e Jacó (1904), começa a ser descrito o que parece ser o produto final do ceticismo machadiano: a figura do Conselheiro Aires. O romance narra a história de dois irmãos gêmeos que nascem sob as expectativas de grandeza social da mãe. Eles, mantendo sempre uma relação conflituosa, se apaixonam pela mesmo mulher. O posterior falecimento dela exibe a competição privada dos irmãos que se dava até pela relação com ela. Os irmãos, Pedro e Paulo, caracterizam-se por homens tolos, cujo triangulo amoroso com Flora cabe ser contado. A exemplo do que acontece em obra bem anterior, A mão e a luva, há apaixonado por Flora um homem de espírito; é Gouveia, cujas esperanças em relação a Flora são consideradas ingênuas e, em certo ponto, ridículas — apesar de verdadeiras, são românticas e irrealizáveis. Nesta obra, as determinações do espaço público são tratadas em várias esferas vida humana. Na religiosa, ela conta da consulta da mãe dos irmãos, Natividade, com uma vidente; fato cuja repercussão pública era temida. Conta também da missa rezada ao irmão do marido de Natividade, que foi em igreja pequena, cumprimento mínimo da demanda social. Na política, conta de Batista, pai de Flora, que teve suas convicções políticas deixadas de lado quando convencido pela mulher, e isso em função da pura ascensão social.


Por fim, temos na obra a figura do Conselheiro Aires, o cético. A obra mostra como ele se apresenta. É sujeito que evita discussões; descrente, busca um caminho no debate para que as posições sejam satisfeitas e a discórdia calada (ou mesmo impedida de emergir). Diante de todo o tumulto político do país — a história se passa durante o processo que levou à proclamação da república — ele permanece indiferente: regimes sobem e caem, o engajamento político é tolice.


No último romance de Machado de Assis, Memorial de Aires (1908), a figura do cético é completa. Ficcionalmente retirado do mesmo grupo de relatos que inspiraram Esaú e Jacó, ele traz as palavras do próprio Conselheiro Aires. Dessa vez, o cético, na sua velhice, reassume o papel do contador da própria história. Os relatos do livro, em forma de apontamentos de um diário pessoal, contam a história do casal Aguiar, que, não possuindo filhos, se afeiçoam, à viúva Fidélia e ao jovem Tristão. Ele, depois de muito tempo ausente na Europa, retoma o contato com o casal Aguiar no Rio de Janeiro, e retorna para o Brasil. Os dois acabam se apaixonando e se casam; Tristão, por conta de promessas de ascensão política em Portugal, retorna ao país levando Fidélia consigo, à revelia dos sentimentos do casal Aguiar, que sofre o desamparo dos filhos postiços no Rio de Janeiro.


Comparado a romances como Brás Cubas e Quincas Borba, Memorial de Aires assume um tom crítico bem menos aguerrido. Tratasse da figura do cético maduro, para quem o objeto de acusação dos outros deve ser tomado como simples parte da organização das coisas da vida. Se a vida pública inunda e determina todas as esferas da vida humana, que seja. Importa que elas sejam contadas. O homem de espírito perde todo o lugar nesse estágio, ele só pode ser o cético que conta a história. O homem tolo controla todos os outros domínios, o cético narra.

— A vida pública, e a medida que ela torna trágica a vida humana, também é contada. É por preocupação com a vida pública que Tristão volta para Portugal, abandona a paz doméstica do Rio de Janeiro e deixa desolado o casal Aguiar. Contudo, isso é contado como parte das coisas da vida, são manifestações disso. Não cabe ao cético narrado julgar, assim como não cabia ao cético personagem (em Esaú e Jacó) debater: as coisas são como são, não serão mudadas, cabe apresentá-las como elas de apresentam. — Esta parece ser a formulação final do ceticismo na obra de Machado de Assis.




Referências Bibliográficas:




MACHADO DE ASSIS. Queda que as mulheres têm pelos tolos. In COUTINHO, Afrânio (org.) Machado de Assis: Obras Completa. Vol. III. Rio de Janeiro: Nova Aguilar. 1959. pp 965-972. [1964].

. Felicidade pelo casamento. in MAGALHÃES JÚNIOR, E. (org.) Contos Esparsos. Editora Civilização Brasileira. s/d. Pp 225-252. [1866a]

. Fernando e Fernanda. in MAGALHÃES JÚNIOR, E. (org.) Contos Recolhidos. Editora Civilização Brasileira. s/d. Pp 69-86. [1866b]

. O Anjo Rafael. in MAGALHÃES JÚNIOR, E. (org.) Contos Esparsos. Editora Civilização Brasileira. s/d. Pp 15-57. [1869]

. A Mão e a Luva. 1874. Disponível em

, último acesso: 10-12-2007.

. Helena. 1876. Disponível em

, último acesso: 10-12-2007.

. Iaiá Garcia. 1878. Disponível em

, último acesso: 10-12-2007.

. Memórias Póstumas de Brás Cubas. 1880. Disponível em

, último acesso: 10-12-2007.

. Quincas Borba. 1886. Disponível em

, último acesso: 10-12-2007.

. Dom Casmurro. 1899. Disponível em

, último acesso: 10-12-2007.

. Esaú e Jacó. 1904. Disponível em

, último acesso: 10-12-2007.

. Memorial de Aires. 1908. Disponível em

, último acesso: 10-12-2007.


Autor: Leon O Martins twitter


Nota do Blog:

Capitu
Maria Capitolina Santiago é uma personagem do livro Dom Casmurro de Machado de Assis, publicado em 1899. Capitu é a personagem mais discutida, a mais famosa de Machado. O escritor deixa o leitor numa eterna dúvida sobre o adultério da esposa de Bentinho. O romance abre um leque com opções a favor ou contra o fato. A personagem de Capitu deu origem a diversos estudos psicológicos e literários.



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