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Paracetamol e Dengue

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E-mail recebido do Dr. Celso Tavares às 20:00 horas do dia 27/04/2008





Meus Caros


Um mergulho na farmacologia pode nos levar à conclusão que não devemos usar paracetamol e dipirona na dengue. Combateríamos a febre exclusivamente por meios físicos, como os banhos.


Desconheço, porém, trabalhos publicados, com rigor científico, que justifiquem não prescrevê-los. Constato, também, que há uma boa disputa de mercado entre a dipirona, paracetamol e o ibuprofeno. Cumpre recordar que o paracetamol é utilizado no tratamento das reações à terapêutica da Hepatite C e continua sendo utilizado nos EUA, como pode ser constatado no site da FDA (http://www.fda.gov/).


Quanto ao paracetamol, como em quaisquer prescrições, devemos nos ater às doses mínimas preconizadas, especialmente naqueles pacientes desidratados e em jejum.


Pessoalmente, prefiro a dipirona. 


O uso do ibuprofeno em caso de dengue que evolua desfavoravelmente pode causar sérios transtornos à integridade profissional do médico. Ele não consta nos protocolos! Nas diretrizes de tratamento da OMS, MS e instituições reputadas como o IPK, de Cuba, constam como analgésicos e antitérmicos somente a DIPIRONA e o PARACETAMOL.


EM ÁREAS DE TRANSMISSÃO HIPERENDÊMICA DE DENGUE, como ocorre em Alagoas, creio deveríamos evitar sistematicamente a prescrição de salicilatos, ibuprofeno, diclofenac, piroxican, tenoxican e assemelhados para pacientes febris.


O paracetamol, finalmente, como qualquer outro medicamento, pode matar quando o prescrevemos em dosagens superiores às habituais.


A DENGUE, NA VERDADE, REQUER DIAGNÓSTICO PRECOCE E PRONTO TRATAMENTO, o que exige que os gestores adequem a oferta de serviços à demanda, evitando filas, as grandes assassinas.


FILA NÃO É PROBLEMA MÉDICO e precisamos de TEMPO, além de um mínimo de recursos e insumos, para examinar o paciente cuidadosamente e orientá-lo. Assim, os pacientes e familiares saberiam que, na arbovirose, a febre e a dor não respondem bem às drogas, o que os levaria a evitar a sobredosagem na busca desesperada de alívio.


Um abraço,


Celso Tavares


FAMED/UFAL

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