Em 18 de outubro de 2010, foi entregue o relatório elaborado pelo CREMAL ao Governo de Alagoas referente aos últimos dez meses de fiscalização que a entidade realizou nos hospitais, postos de saúde e PSFs da capital e interior, apresentando os problemas estruturais da assistência à saúde da população e pedindo providências.
Até o presente momento não tenho conhecimento de nenhuma nota produzida pelo Estado sobre o conteúdo do mesmo e as providências que serão ou que foram adotadas com a finalidade de se adequarem as recomendações éticas e legais do Conselho Regional de Medicina de Alagoas.
Mas como vivemos no Estado das mil maravilhas, talvez o relatório do CREMAL seja mais um a ser colocado no fundo de uma velha gaveta ,provavelmente porque o mesmo não se encontra em perfeita harmonia com o umbral da pictórica e fomentada realidade abstrata palaciana .
Mário Augusto
Artigo do Site Portal Médico :Governo já recebeu relatório do Cremal
18 de outubro de 2010
Aproveitando a oportunidade da visita do presidente do Conselho Federal de Medicina em Alagoas, Roberto D'Ávila, no último 28 de setembro do corrente ano, o presidente do CREMAL, Emmanuel Fortes, entregou o relatório ao governador em exercício, José Wanderley Neto, o qual é médico na especialidade de Cirurgia Cardíaca.
O grupo de conselheiros de ambas as instituições (Federal e Regional) foi recepcionado pelo governador com um almoço, no próprio Palácio. Coube ao secretário de Saúde, Herbert Mota, receber o documento (contendo centenas de páginas) elaborado pela equipe de fiscalização com base nas vistorias que realiza rotineiramente nos postos de saúde, hospitais e equipes do PSF de todo o Estado.
Segundo Emmanuel, entre os principais agravos verificados e que levam à precarização do sistema, constam baixa remuneração do médico, má aplicação dos 12% do orçamento municipal com a área da saúde, ingerência política, falta de estrutura tanto no SAMU quanto nos postos e hospitais regionais.
Dever de casa
“Infelizmente, o que temos encontrado não satisfaz”, resumiu Emmanuel, alegando que é importante deixar o governo ciente dos relatórios do Cremal porque a entidade é isenta de questões político-partidárias e também para dizer ao governo que é imperativo fazer o dever de casa, ou seja, ele próprio tem que dar o exemplo de salário digno ao médico .
De acordo com Fernando Pedrosa, ao entregar o relatório ao governo, o CREMAL espera a adoção de uma medida para suprir as deficiências e que seja, enfim, promovida uma política de saúde eficaz à população, bem como melhor condição de trabalho para a classe médica. “Certamente o Estado não tem como interferir diretamente nos municípios, mas é preciso que defina sua política salarial. Fazendo isso, nós temos como cobrar que os municípios também façam o mesmo, dando um tratamento adequado e uma remuneração justa”.
O governador José Wanderley disse que vai analisar com cautela o relatório e explicou que o Estado tem dificuldade orçamentária para pagar o que a categoria merece. “Temos nos esforçado para promover as melhorias, mas não tem sido fácil. Conseguimos recursos para aparelhar os hospitais regionais e os de Maceió, e acreditamos que em breve vamos conseguir aproximar o salário do médico a um valor mais substancial”.
Na opinião de Roberto D'Ávila, a política salarial de fato é o que motiva o médico a fixar residência na cidade e Estado. Ele disse ter conhecimento de que em Alagoas há mais de dez anos o número de médicos se mantém inalterado. São 3.600 médicos, apesar de as faculdades colocarem novos profissionais no mercado todos os anos. Segundo o presidente do Cremal, Emmanuel Fortes, Alagoas paga o pior salário do país, e essa é talvez a principal razão da falta de profissionais no Estado, gerando precarização no atendimento, seja na capital ou no interior.
O tema foi abordado com mais contundência entre os representantes das entidades médicas de Alagoas e Roberto D'Ávila, durante a noite, no auditório do CREMAL.