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A alegria de Silvio com os milhões da CEF e a possível prática de corrupção no governo de AL

02/12/2011
As apurações resultaram na abertura de duas novas linhas de investigação. Uma verifica acusações de doações disfarçadas ao PT e outra a possível prática de corrupção no governo de Alagoas e o pagamento a campanhas eleitorais do PSDB.

Os milhões que a Caixa Econômica Federal deu por ações do quebrado Banco PanAmericano foram usados para pagar dívidas de empresas do apresentador

Em janeiro deste ano, logo depois de concluir a venda de sua parte no Banco PanAmericano, o apresentador Silvio Santos fez seu resumo particular do caso: disse que não teve “nem lucro nem prejuízo” com o escândalo que revelou um rombo de R$ 4,3 bilhões escondido em balanços maquiados. O desfecho neutro do caso certamente não se aplica à Caixa Econômica Federal, banco público que meses antes de o escândalo vir à tona pagou R$ 739 milhões por 36% das ações do PanAmericano, com base em uma contabilidade que não informava o prejuízo bilionário


Contradições entre depoimentos


Em um informe sobre os envolvidos no caso do PanAmericano, o Coaf listou 31 movimentações do tipo realizadas por Henrique Abravanel numa conta de Silvio Santos no banco Itaú entre 2003 e 2010. São 29 saques de R$ 100 mil e um de R$ 130 mil, todos em espécie. Há ainda um depósito de R$ 100 mil atribuído a ele e dois saques do próprio Silvio Santos no mesmo valor. No total, foram movimentados dessa forma R$ 3,23 milhões, não se sabe ainda por quê. Toron diz que Henrique “foi ouvido pela Polícia Federal, que não o indiciou por crime algum, considerando regulares suas atividades”.

Além da responsabilidade dos diretores do PanAmericano pelas fraudes no banco, a PF também investiga a natureza das ligações políticas da cúpula do banco. Nas mensagens captadas, fica clara a importância que os diretores dão a isso. Em uma delas, de janeiro de 2009, Guilherme Stoliar, sobrinho de Silvio Santos e então integrante do Conselho de Administração do PanAmericano, escreve a Rafael Palladino. Stoliar diz ter relatado a Silvio Santos as tratativas para vender o banco e dito a ele que “provavelmente” teriam “a ajuda dos ‘amigos’” na venda. “Disse a Silvio quem eram os amigos, e ele ficou de boca aberta, como qualquer um ficaria”, afirma. Stoliar hoje preside o grupo, em substituição a Luiz Sandoval. Palladino deixou a presidência do banco após a descoberta das fraudes.

Ainda não está claro quem são os “amigos” que teriam ajudado na venda de ações do PanAmericano para a Caixa. O vice-presidente de Finanças da Caixa, Márcio Percival, disse à PF que a motivação do negócio foi técnica e que a Caixa foi enganada por uma fraude tão bem feita que driblou duas auditorias externas. A apuração da PF, porém, mostrou que os dirigentes do PanAmericano se preocupavam em manter contatos políticos. As apurações resultaram na abertura de duas novas linhas de investigação. Uma verifica acusações de doações disfarçadas ao PT e outra a possível prática de corrupção no governo de Alagoas e o pagamento a campanhas eleitorais do PSDB.


Fonte:Época

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