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Negociata : Revelações novas e inquietantes surgem sobre o escandaloso caso do Banco Panamericano, do grupo Sílvio Santos


Lisboa – Revelações novas e inquietantes surgem sobre o escandaloso caso do Banco Panamericano, do grupo Sílvio Santos, que vendeu 49% de suas ações para a Caixa Econômica Federal, com o aval do Banco Central. Denúncia de David Friedlander, Fausto Macedo e Lenadro Modé, no Estado de São Paulo, que vi repercutida no Blog de Reynaldo Azevedo, em Veja, relata cirurgicamente a negociata.


Em maio de 2010, inspetores do Banco Central já investigavam a diferença de R$ 3.9 bilhões na capitalização de carteiras de crédito cedidas para outras instituições financeiras. Foi isso, aliás, que quebrou o Banco, em fraudes que totalizaram R$ 4.3 bilhões.


Em julho, a Caixa Econômica aprova a compra de parte substancial do Panamericano. E, no dia 26 desse mês, paga os últimos R$ 232 milhões, de um total de R$ 739 milhões.


Está sobejamente constatada a audiência que Sílvio Santos teve com o presidente Lula da Silva, pouco antes de a solução miraculosa ser "construída". Era tempo de renhida campanha eleitoral e, ao contrário das demais emissoras, o SBT, pouco depois, veiculou a versão, debochadamente "criada" por Lula, de que a agressão ao candidato José Serra teria sido mera farsa.


Na mesma noite foi desmontada a pantomima e ficou claro que, de fato, Serra foi atingido primeiro por uma bola de papel e, a seguir, por objeto contundente. A versão que se restringiu à bolinha de papel ficou apenas com a emissora de Sílvio Santos.


Voltando à compra de parte do Panamericano pela Caixa, há dois pontos curiosos, ainda. A operação estava fechada desde dezembro de 2009. A vigilância dos inspetores do Banco Central certamente adiou a festa, até que veio ordem "de cima", bem de cima mesmo.


E a publicação somente se deu no Diário Oficial da União no mês de novembro de 2010. Como justificar tamanha demora se quisermos acreditar na boa fé dos agentes envolvidos no caso?


A Caixa não fez negócio – o que seria normal – com o Banco Panamericano. Foi negociata mesmo. Não há que negar!

 Arthur Virgílio é diplomata e foi líder do PSDB no Senado
QUA, 30 DE NOVEMBRO DE 2011

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