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Alagoas Panamericana : Os tentáculos políticos do Ex-dono do Baú

Os milhões que a Caixa Econômica Federal deu por ações do quebrado Banco PanAmericano foram usados para pagar dívidas de empresas do apresentador com a ajuda de "amigos" .

Uma reportagem da revista Época deste fim de semana lança ainda mais dúvidas sobre o caso Panamericano, banco que pertencia a Sílvio Santos e foi vendido primeiro à Caixa Econômica Federal e depois ao BTG Pactual, de André Esteves – em ambos os casos, após forte pressão política. Documentos da Polícia Federal comprovariam que o dinheiro pago pela Caixa não teria sido para capitalizar o banco, mas sim para quitar dívidas pessoais de Silvio Santos. Para explicar o que realmente aconteceu, já foram convocados a explicar o caso, pela Comissão de Finanças da Câmara dos Deputados, os vice-presidentes Marcio Percival e Marcos Vasconcelos.


Em janeiro deste ano, logo depois de concluir a venda de sua parte no Banco PanAmericano, o apresentador Silvio Santos fez seu resumo particular do caso: disse que não teve “nem lucro nem prejuízo” com o escândalo que revelou um rombo de R$ 4,3 bilhões escondido em balanços maquiados. O desfecho neutro do caso certamente não se aplica à Caixa Econômica Federal, banco público que meses antes de o escândalo vir à tona pagou R$ 739 milhões por 36% das ações do PanAmericano, com base em uma contabilidade que não informava o prejuízo bilionário

Os amigos do baú  SS

Guilherme Stoliar, sobrinho de Silvio Santos e então integrante do Conselho de Administração do PanAmericano, escreve a Rafael Palladino. Stoliar diz ter relatado a Silvio Santos as tratativas para vender o banco e dito a ele que “provavelmente” teriam “a ajuda dos ‘amigos’” na venda.“Disse a Silvio quem eram os amigos, e ele ficou de boca aberta, como qualquer um ficaria”, afirma. Stoliar hoje preside o grupo, em substituição a Luiz Sandoval. Palladino deixou a presidência do banco após a descoberta das fraudes.

Ainda não está claro quem são os “amigos” que teriam ajudado na venda de ações do PanAmericano para a Caixa. O vice-presidente de Finanças da Caixa, Márcio Percival, disse à PF que a motivação do negócio foi técnica e que a Caixa foi enganada por uma fraude tão bem feita que driblou duas auditorias externas. A apuração da PF, porém, mostrou que os dirigentes do PanAmericano se preocupavam em manter contatos políticos. As apurações resultaram na abertura de duas novas linhas de investigação. Uma verifica acusações de doações disfarçadas ao PT e outra a possível prática de corrupção no governo de Alagoas e o pagamento a campanhas eleitorais do PSDB.

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