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Polícia Federal: Panamericano também irrigou contas de executivos do Grupo Silvio Santos


Até essa descoberta, apenas administradores do banco eram suspeitos de fraude




Uma bolada de R$ 8,23 milhões foi transferida dos cofres do Banco Panamericano para executivos do Grupo Silvio Santos que não faziam parte da diretoria da instituição financeira, informou neste sábado (3) reportagem do Estado de S. Paulo, que teve acesso às investigações da Polícia Federal.


De acordo com a reportagem, ao menos duas pessoas acabaram indiciadas criminalmente no inquérito que investiga o rombo de R$ 4,3 bilhões no Panamericano: José Maria Corsi, vice-presidente da Divisão de Comércio e Serviços do Grupo e João Pedro Fassina, vice-presidente da BF Utilidades Domésticas e da Liderança Capitalização até novembro do ano passado.

A reportagem diz que a Polícia Federal atribui aos dois "gestão fraudulenta de instituição financeira e contabilidade paralela". Até essa descoberta, apenas os administradores do banco tinham sido acusados de cometer fraudes no Panamericano.

O jornal diz ainda que a PF já acredita que o rombo no banco não foi causado apenas por fraudes contábeis, mas também por "apropriação do patrimônio do banco por meio do uso de empresas do Grupo Silvio Santos e com simulação de prestação de serviços".

Marcas

Entre 2008 e 2010, a empresa Alphamark Assessoria de Negócios, da qual José Maria Corsi é o majoritário, recebeu R$ 2,39 milhões da Panamericano Administradora de Cartões de Crédito. No mesmo período, a administradora de cartões depositou R$ 5,84 milhões na conta da JPF Planejamento e Pesquisas Ltda, comandada por Fassina.


Ao indiciar Corsi no inquérito, a PF considerou que uma Resolução do Banco Central proibia a contratação de correspondente bancário que tenha como principal e única finalidade a prestação desse serviço.



Acontece que, no inquério, o Panamericano diz que mantinha apenas uma agência bancária, na Avenida Paulista. As outras seriam filiais da Panamericano Administradora de Cartões de Crédito.

O delegado que cuida do assunto, Milton Fornazari Júnior, diz o seguinte em seu despacho: "A empresa não era controlada formalmente pelo banco, mas sim pela Silvio Santos Participações Ltda. [...] A empresa pertencia de fato ao banco, pois era gerida pelos administradores do banco e existia para fraudar suas obrigações fiscais, trabalhistas e previdenciárias".

A PF considerou que Corsi "não tem e nunca teve nenhum vínculo empregatício com o Panamericano, mas recebeu indevidamente valores transferidos do banco para a empresa controlada de fato por ele". Quanto a Fassina a PF diz que ele "admitiu ter recebido os valores como remuneração das suas atividades desenvolvidas no Grupo Silvio Santos".

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