*Arnaldo Santos
Nalber, foram 25 anos, tenha certeza, de muito aprendizado sobre a vida e sobre as pessoas, que um dia partirão. Esta é a única certeza de que nos temos. Não existe outra.
Você foi invocado, sisudo, experto e com uma inteligência fora do comum. Todos diziam isso.
Você traçava matemática, bit, byte e adorava rabiscar. Fazia escultura, sites, pintava, enfim, mas o que mais gostava era falar sobre filosofia grega. Comprei vários livros com você.
Ele dizia: painho vamos filosofar? Passávamos a madrugada conversando sobre tudo; as vezes na praia e as vezes em casa. As vezes , nos três: ele, eu e o irmão. As vezes, com o primo Igo. Me perdoe os demais amigos que tiveram essa oportunidade de filosofar com ele
Comprei alguns livros sobre informática para aprender a fazer site e ele simplesmente conseguiu não só aprender a faze-lo mas com sua visão e com seu jeito, já de designer, mostrava que estava no caminho certo, há muito tempo..
Fez diversos sites que ainda hoje estão na rede, um deles é o site do sindicato dos jornalistas, feito com o amigo e primo Igo.
Seu primeiro vestibular foi Artes Plásticas. Fez em Recife e conseguiu passar na primeira etapa, mas o destino preferiu que ele fosse designer.
Dizia que queria concluir o curso no ano que vem. Nalber você já conseguiu isso. Os seus trabalhos dizem disso.
Estagiou em duas empresas e trabalho no sindicato dos Servidores municipais, fazendo o que queria: criar sites e peças publicitárias.
Dizia que o que mais queria fazer era escultura para ficar para sempre. Assim como Michelangelo. Aqui estão trabalhos seus que vão ficar para sempre. Pela admiração que tinha ao artista, deu o nome ao gato siamês – todo branco - que tinha de Michelângelo. O gato não está mais entre nos.
Era sempre discreto, fechado, pouco sorridente mas com um coração e atitudes de um menino. Mas de um menino puro, puro e perfeito como algumas poucas esculturas que produziu. Três delas estão aqui.
Uma delas, esta mão, acredito, representa a ajuda que todas as pessoas devem dar, a quem precisa, seja ela quem for. Ajudar ao outro, sempre.
Atualmente Nalber estava fazendo pintura digital. Ele dizia: painho vou fazer pintura digital porque é uma alternativa e é mais barata porque o material de escultura em massa é muito caro.
Foram muitas conversas e reflexões inesquecíveis que nós fazíamos juntos e com alguns amigos como o Ademar e o primo Igo.
Você não era muito religioso mas se tornou cristão neta Igreja [Capuchinho]. Vínhamos ele, eu e a Rosângela nos domingos, as vezes sábado.
Vou concluir.
Quantas pessoas se dizem sadias e normais e fazem tanto mal à pessoa que está próxima: seja parente, amigo ou colega de trabalho, e você Nalber, nunca, mas nunca o vi praticar qualquer atitude que deixasse a pessoa que estivesse ao seu lado, triste.
Muitas vezes presenciamos algumas atitudes erradas e dizemos que é normal.
Quem é doente; quem é sadio? Todos nós precisamos fazer uma reflexão sobre isso.
Nalber quanta coisa eu aprendi com você e ainda estou aprendendo. Espero que seus amigos e parentes (mãe, irmão, avó e primos) aprendam um pouco com essas poucas palavras.
São palavras simples e discretas como você foi.
Nalber fique com Deus; porque Ele sabe o que faz.
Seu pai.
21.12.2011
*Arnaldo Santtos é jornalista e graduando do curso de Psicologia do Centro Universitário CESMAC. (arnaldosanttos@uol.com.br, arnaldosanttos@gmail.com)
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