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HGE:Inaugurado pela metade, maior hospital de AL está superlotado

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24 de janeiro de 2010
Foto: Odilon Rios/Especial para Terra



Inaugurado há menos de dois anos em Maceió, o Hospital Geral do Estado (HGE), o maior com atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Estado de Alagoas, está superlotado, sem capacidade para atender as mais de 300 pesssoas que o procuram diariamente. A atual estrutura comporta somente 50% da demanda, de acordo com a Sindicato dos Médicos.

Sob protestos e vaias, o HGE foi inagurado em 16 de setembro de 2008 com a estrutura inacabada - somente 50% da obra, orçada em R$ 21 milhões, foi concluída. A Unidade de Emergência Armando Lajes, a maior de saúde até então, foi desativada em outubro de 2008, com a promessa de se transformar em uma extensão do HGE. Há cinco meses, as obras de reforma- ao custo de R$ 6,5 milhões foram suspensas por causa de entraves burocráticos.

Na última quinta-feira, o Terra percorreu os corredores do HGE e encontrou pacientes com turberculose ou fraturas expostas esperando por atendimento, em filas ou deitados em macas ou colchões estendidos no chão. Pessoas com pequenas fraturas dividiam o mesmo espaço com suspeitos de tuberculose. Próximos aos doentes, havia baldes e potes com material insalubre.

"Existe uma defasagem de 50% no número de leitos. Não há cirurgiões suficientes. Há dias em atendem somente dois cirurgiões e há uma fila de pessoas. Há uma escolha de quem vive e quem morre. É a escolha de Sofia. Existem pessoas que são transferidas para Arapiraca (interior do Estado) por falta de condições em Maceió. A Central de Órgãos não funciona", afirmou o presidente do Sindicato dos Médicos, Welington Galvão.

Conforme cálculo do sindicato, se a metade do hospital ainda em reforma estivesse funcionando, o número de leitos triplicaria: passaria de 149 para 410. O número de UTIs sairia de 15 para 50. Há três anos, por causa da crise na Saúde do Estado, os médicos fizeram uma greve de 90 dias por melhores salários e condições de trabalho.

A promotora da saúde de Maceió, Micheline Tenório, responsável por acompanhar a situação no hospital, mostrou-se preocupada com as obras paradas. "Fico preocupada porque a informação que nós tínhamos é que as obras estavam andando". disse. Questionada sobre a superlotação, ela informou que existe um convênio em andamento envolvendo todos os gestores da saúde para que estendam o horário de atendimento dos postos de saúde. Todos operariam em rede, o que ajudaria a desafogar o Hospital Geral.

Estado admite superlotação
O secretário estadual de Saúde do Alagoas, Herbert Motta, e o municipal de Maceió, Francisco Lins, admitem a superlotação. Contudo, um responsabiliza o outro pelo problema. "A superlotação da área azul (do HGE) significa ampliação do atendimento da rede básica. Mais equipes do Programa Saúde da Família. Ampliar a cobertura em Jaraguá e Ponta da Terra (bairros de Maceió). Se a gente não ampliar, um diabético, por exemplo, tem uma crise, vai para o HGE. Tem que se investir na prevenção", disse o secretário Herbert Motta.

O secretário de Maceió, Francisco Lins, descartou dificuldades na rede de atenção básica. "Quando a gente fala em superlotação do HGE, cabe ao município de Maceió encontrar caminhos. Não tenho na estrutura do HGE pacientes da atenção básica, ou seja, pacientes que são considerados casos de urgência. Nesse tocante, o município disponibiliza há mais de um ano um plantão de domingo a domingo, inclusive feriado onde os pacientes têm acesso a consulta básica", disse Lins.

Fonte: Portal Terra

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