O escritor peruano Mario Vargas Llosa criticou os líderes latino-americanos presentes na posse do presidente Nicolás Maduro, em uma entrevista publicada hoje pela revista brasileira "Época".
Ganhador do Prêmio Nobel de Literatura em 2010, descreveu os presidentes da América Latina como"cúmplices contra o povo venezuelano" por reconhecer o triunfo eleitoral do líder Chavista, o que não é aceito pela oposição.
"Os presidentes latino-americanos não deveriam legitimar uma possível fraude eleitoral vindo assistir a entronização de Maduro", disse Vargas.
A investidura foi realizada em Caracas na última sexta-feira, com a presença de 17 chefes de Estado e de governo, incluindo o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, o Cubano Raul Castro, e os presidentes da América do Sul, exceto Chile, Sebastián Piñera; do Equador, Rafael Correa (estava viajando na Europa) e do Paraguai Federico Franco (pela ausência de relações entre os dois países).
O escritor disse que os presidentes dos países "democráticos" não são "coerentes" por apoiar "governos autoritários", referindo-se a Venezuela.
"É lamentável que isto parta de um governo democrático. Dilma (Rousseff, presidente do Brasil) não deveria apoiar uma fraude eleitoral. Ela não é o único caso. Todos os que fazem isto me parecem igualmente infeliz ", disse ele.
O escritor peruano considerou que, dado o uso "desproporcional" da "máquina estatal e sua mídia" por Maduro, o resultado da eleição apertada "significa claramente que há uma reação do povo venezuelano contra Chavismo ".
"O povo venezuelano claramente pede pela democratização, abertura, alteração da política. É um momento importante, talvez crucial na história da América Latina ", disse ele.
.Nicolas Maduro foi empossado como presidente da Venezuela para o mandato a ser concluído em 2019, após vencer as eleições de 14 de abril último , do líder da oposição, Henrique Capriles.
EFE
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