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Médico estrangeiro não é solução - Wellington Moura Galvão



Wellington Moura Galvão*


Somos contra a vinda de médicos estrangeiros porque essa iniciativa é meramente eleitoreira e não vai resolver o problema da população. Falta estrutura de atendimento e faltam condições éticas de trabalho para os médicos brasileiros, inclusive um plano de carreira que incentive a interiorização. Então, trazer quatro ou cinco mil médicos estrangeiros para trabalhar no Brasil não vai promover o acesso da população à saúde. O governo não investe no aumento da oferta de leitos nem na construção e aparelhamento de hospitais, laboratórios e centros de diagnósticos, que é o que está faltando. Temos dito desde sempre: não faltam médicos. Somos no país 415 mil, mas não temos condições éticas de trabalho nem salários dignos. O governo tem que investir na estruturação da rede de atendimento e na carreira de Estado para médicos do SUS, e não em importar médicos.


A ditadura de Cuba recebeu pagamento adiantado de R$ 510 milhões pelos três anos de trabalho de seus supostos médicos aqui no Brasil. A Opas, intermediária do negócio, lucrou R$ 24 milhões de comissão. Como podemos ser a favor disso? A população brasileira sairia ganhando se esse dinheiro fosse investido no sistema de saúde – coisa que o governo não faz. Do que vai adiantar mandar um médico cubano, espanhol ou qualquer outro para uma cidade onde não tem nem água na torneira do posto de saúde? Médico estrangeiro faz milagre?


Além do caráter político-eleitoreiro ainda tem as ilegalidades cometidas pelo governo, como a não exigência da comprovação de capacidade técnica e não sujeição desses profissionais às normas que definem o exercício da Medicina no Brasil. Esses médicos teriam que ser submetidos ao Revalida e estar sujeitos à fiscalização pelos Conselhos Regionais de Medicina. Mas a Ditadura Rousseff os livrou da prova de revalidação dos diplomas e ainda está obrigando os Conselhos a aceitar esses profissionais de qualificação duvidosa. Em se tratando desses supostos médicos, os CRMs estão proibidos de cumprir seu papel de fiscalizar o exercício da Medicina. 


Será que a população pobre merece ficar sob os cuidados de pessoas que nem comprovaram se realmente são médicos? Para Dilma Rousseff, o que menos importa é a saúde da população. O foco dela é a eleição de 2014 e a consolidação do projeto de igualar o Brasil às ditaduras amigas do PT, como Cuba, Bolívia e Venezuela. 



*Wellington Moura Galvão é médico, presidente do Sindicato dos Médicos de Alagoas.

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