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Alerta no RS - Surto de Raiva em bovinos e equinos

Riscos às pessoas


A raiva herbívora pode matar pessoas, segundo Erhardt. A contaminação ocorre pelo contado do criador com a saliva de animais que apresentam os sintomas avançados. “Geralmente, o criador tem ferida nas mãos, o que torna o risco de transmissão maior.” Por isso, alerta os produtores da região a utilizarem luvas no manuseio.


Doença transmitida por morcegos matou cerca de quatro mil animais em 2013 no Estado. E ela é risco também às pessoas (Foto: Frederico Sehn)


Um surto de raiva herbívora alerta pecuaristas e suinocultores na região. Cerca de 30 bovinos e equinos morreram da doença nas últimas semanas em Venâncio Aires, nas localidades de Linha Mangueirão e Campo Grande. A estimativa é do veterinário da Inspetoria Sanitário do município, Antônio Werner, que realizou uma palestra na última quinta-feira, dia 16, para informar os criadores.

A doença, transmitida por morcegos hematófagos, ataca o sistema nervoso de bovinos, suínos, equinos, ovinos e bubalinos. Os primeiros sintomas são abatimento, isolamento do grupo e perda de coordenação motora. “Depois de três dias o animal cai e não levanta mais”, informa. Não há tratamento.

Os morcegos migram para regiões em que há abrigo adequado e condições de relevo favoráveis, o que contribui para espalhar a doença. Em 2013, a raiva herbívora matou cerca de quatro mil animais no Estado. A informação é do Núcleo de Combate e Profilaxia da Raiva Herbívora, da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa), que detectou surto da doença em 2011 na região Centro-Sul do Estado.

Há riscos de que as cidades de Taquari e Bom Retiro do Sul sejam os próximos municípios a registrarem a doença, segundo o agente da Seapa, Hugo Erhardt. “Quando seguir o leito do Rio Taquari poderá se espalhar para outros locais.”

Ele afirma que a evolução do surto alerta para a necessidade de vacinação dos rebanhos. “O problema é que isso não tem acontecido. Este foco está progredindo e os criadores não vacinam.” A vacinação não é obrigatória, mas estratégica. Cada dose custa de R$ 0,60 a R$ 0,80.

Segundo Erhardt, também é necessário identificar os abrigos dos morcegos. “As pessoas precisam informar às secretarias onde estão esses refúgios para que haja erradicação.”

Secretário municipal de Agricultura de Bom Retiro do Sul, Carlos Gewehr diz que a notícia sobre o surto assusta, mas afirma que ainda não há casos confirmados no município. “Morcegos temos aqui, mas não sabemos se há contaminação.” Na sexta-feira, dia 17, ele agendou uma reunião com o prefeito para tratar do assunto, e disse que iniciará os trabalhos para alertar a população.

Riscos às pessoas

A raiva herbívora pode matar pessoas, segundo Erhardt. A contaminação ocorre pelo contado do criador com a saliva de animais que apresentam os sintomas avançados. “Geralmente, o criador tem ferida nas mãos, o que torna o risco de transmissão maior.” Por isso, alerta os produtores da região a utilizarem luvas no manuseio.

Situação em Venâncio Aires

Werner acredita que a doença já atingiu o pico em Venâncio Aires. “A tendência é que os morcegos infectados, transmissores da doença, já tenham morrido da doença.” Pede tranquilidade da população. “Não é pra correr para os postos de saúde.” No entanto, a vacinação deve ser realizada em todos animais suscetíveis à doença. Quem tiver qualquer dúvida procure a vigilância sanitária.”

Bom Retiro do Sul em alerta

Produtor de gado leiteiro há 35 anos, o bom-retirense, Ildo Eidelwein (66) não se assusta com a possibilidade de infestação da doença em sua região. “Nunca tivemos casos registrados aqui no município, por enquanto estamos todos tranquilos, até porque, em três décadas de produção nunca fiquei sabendo desse tipo de morcego pelas redondezas.”

Por outro lado, Eidelwein garante que, se houver necessidade, cumprirá as orientações da Secretaria de Agricultura de Bom Retiro do Sul. “Meus animais não são vacinados, mas não vou perder uma vaca por R$ 0,80.” O produtor é responsável por um rebanho de 90 bovinos, entre vacas, novilhos e terneiros, além de 750 suínos alimentados na propriedade de 29 hectares, situada na localidade Cruz das Almas.

Fonte: Leonardo Heisler e Carolina Gasparotto - Jornal O Informativo do Vale

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