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Hábito alimentar e capacidade do Haemagogus de ir além do ambiente florestal ; Sabethes em área epizoótica de febre amarela


Característica ecológica e o hábito alimentar dos mosquitos Haemagogus e Sabethes em área epizoótica de febre amarela silvestre 


Na região silvestre, o vírus é introduzido no nosso organismo pela picada de um dos seguintes mosquitos: Haemagogus janthinomys, Haemagogus leucocelaenus ou pelo Sabethes chloropterus, infectados com o vírus da febre amarela.


Na América do Sul, o ciclo urbano envolve o mosquito Aedes aegypti e os seres humanos, enquanto no ciclo da selva, o vírus é transmitido a primatas não humanos por mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes , especialmente Hg. Janthinomys , Hg.Albomaculatus , Hg. Leucocelaenus , Sa. Chloropterus , Sa. Glaucodaemon , Sa. Soperi , e Sa. Ciano  ( CDC.GOV)



Diferentes espécies de mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes podem transmitir a febre amarela em ambientes silvestres. No Brasil, as mais frequentes são Haemagogus janthinomys e Haemagogus leucocelaenus, insetos considerados vetores primários da forma silvestre da doença, uma vez que suas características genéticas, biológicas e comportamentais são favoráveis para a transmissão, tornando-os capazes de desencadear e manter a circulação do vírus. Entre as espécies do gênero Sabethes, as mais comuns são Sabethes chloropterus e Sabethes albiprivus, mosquitos considerados vetores secundários do vírus, pois não são capazes de sustentar a circulação viral isoladamente, mas podem contribuir para a sua manutenção. Os dois gêneros de insetos podem ser encontrados em florestas de Norte a Sul do país.


Os Haemagogus e Sabethes são estritamente silvestres, sendo que os Sabethes são ainda mais seletivos na sua dispersão. Os vetores se concentram nos locais de vegetação preservada, e os Haemagogus podem ser encontrados ainda na periferia das florestas, nas chamadas franjas da mata, onde os Sabethes geralmente não se aventuram. O Hg. leucocelaenus pode voar alguns quilômetros através de desacampados para atingir porções de mata isoladas pela ação do homem. Para se reproduzir, esses insetos colocam seus ovos nos ocos das árvores e em bambus, no acúmulo de água formado nos internódios (as conexões entre trechos do caule). Assim como os Aedes, os Haemagogus não depositam seus ovos diretamente na superfície aquática, mas sim na parede interna do criadouro próximo à lâmina d’água.

Sabethes cyaneus


Insetos Haemagogus e Sabethes possuem um tempo de vida considerado longo para mosquitos, o que pode favorecer a propagação dos vírus. Observações em laboratório indicam que o tempo de sobrevivência de ambos ultrapassa meses após os insetos atingirem a idade adulta. “Esse fator é importante porque, uma vez infectado, o mosquito permanece portador e capaz de transmitir o vírus da febre amarela durante toda a vida” ( FIOCRUZ )




O Haemagogus leucocelaenus apresentou antropofilia e zoofilia, as quais somadas à sua capacidade dispersiva de ir além do ambiente florestal podem expor as pessoas residentes às picadas, como por exemplo, em Santo Antônio das Missões as fêmeas mostram atividade fora das matas. Desta forma, as pessoas susceptíveis, visitantes e nativos teriam uma maior probabilidade de contrair o vírus da febre amarela. (Ecologia de Haemagogus e Sabethes)

Haemagogus


Os mosquitos vetores, uma vez infectados, o são por toda sua vida. Assim o Haemagogus janrhinomys transmite experimentalmente a Febre Amarela sessenta dias após o repasto infectante, ainda que sua capacidade de transmitir o vírus fique idêntica durante toda sua vida. A longevidade dos mosquitos pode ser muito elevada. Para o Haemagogus janthinomys por exemplo, a taxa de sobrevivência, tal como foi demonstrada experimentalmente, mostra que um por cento de uma . população inicial de fêmeas ultrapassa a idade de três meses. A longevidade das fêmeas de Sabethes chloropreruse de, mais ou menos, dois meses.



A persistência do vírus nos mosquitos é suscetível de alcançar longos períodos. Está definitivamente estabelecido que esta persistência, em todos os casos, é superior àquela do vírus nos macacos. É lógico, então, se chamar o mosquito de vetor reservatório. O papel de disseminador dos mosquitos é igualmente importante e pode também ser superior àquele desempenhado pelos macacos. Assim, o Haemagogus janthinomys pode percorrer mais de onze quilômetros e o Haemagogus leucocelaenus quase seis quilômetros. 


O Haemagogus janthinomys e Haemagogus albomaculatus são, portanto, as duas espécies mais suscetíveis para assegurar a ligação copa-solo e, por conseguinte, a transmissão do vírus ao homem desde o foco natural. A atividade diurna dessas duas espécies e sua forte preferência alimentar pelos primatas (homem incluído) facilitam esses contatos homem-vetor


Hoje está provado que, dentro de uma determinada localidade, para cada caso diagnosticado de Febre Amarela Silvestre típica, existem numerosos casos assintomáticos que geralmente, passam desapercebidos. Assim, no Brasil, as investigacões sorológicas conduzidas pelo Instituto Evandrc Chagas, no decorrer das epidemias silvestres, demonstraram' que 91 por cento das afecções amarílicas são atípicas. ( Ecologia da Febre Amarela)
Traduzido e Editado
Se copiar é obrigatório citar o link do Blog AR NEWS

Fontes:
https://www.cdc.gov/
http://horizon.documentation.ird.fr/exl-doc/pleins_textes/pleins_textes_6/b_fdi_45-46/010007267.pdf
http://scielo.iec.pa.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-49742010000200003
https://portal.fiocruz.br/pt-br/content/mosquitos-aedes-aegypti-haemagogus-e-sabethes-conheca-semelhancas-e-diferencas

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